Quinta-feira, 17 de Abril de 2025

Garimpo ilegal em terras indígenas tem queda durante governo Lula, aponta Greenpeace

Relatório destaca redução em áreas críticas, mas alerta para migração de garimpeiros para novas regiões
2025-04-08 às 20:28

O garimpo ilegal em terras indígenas no Brasil registrou redução significativa desde o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2023, segundo relatório divulgado hoje (8) pelo Greenpeace. A organização aponta que o desmatamento causado pela mineração clandestina caiu pela metade em comparação ao governo anterior, de Jair Bolsonaro. No entanto, o problema persiste em algumas áreas e até se intensificou em outras.

De acordo com o relatório Ouro Tóxico, entre 2023 e 2024, 4.219 hectares de floresta amazônica foram destruídos por atividades ilegais de mineração em terras indígenas protegidas — uma área equivalente a quase 5.900 campos de futebol. Durante o mandato de Bolsonaro (2019-2022), esse número foi muito maior: 16 mil hectares desmatados.

Redução em áreas críticas e aumento em outras

A análise do Greenpeace revelou quedas expressivas no desmatamento para garimpo nas Terras Indígenas Yanomami (-7%), Munduruku (-57%) e Kayapó (-31%). Essas reduções são atribuídas a operações coordenadas pelo governo federal, que incluem a remoção de acampamentos ilegais e a destruição de equipamentos utilizados pelos garimpeiros.

Por outro lado, a Terra Indígena Sararé, no Mato Grosso, apresentou um aumento alarmante de 93% no desmatamento causado pela mineração ilegal. Facções criminosas, como o Comando Vermelho, estariam envolvidas nas atividades na região, disseminando violência e ameaças contra comunidades locais.

Compromisso governamental e desafios

Jorge Dantas, porta-voz do Greenpeace Brasil, destacou que o atual governo tem demonstrado maior disposição para combater a mineração ilegal. “Saímos de uma administração que era simpática à causa garimpeira para uma que está comprometida com a proteção dos territórios indígenas”, afirmou. Apesar disso, ele alerta que o ouro extraído ilegalmente continua entrando na cadeia legal de comercialização por meio de falsificação de registros e contrabando.

O relatório também ressalta a necessidade de esforços internacionais para coibir a compra de ouro ilegalmente extraído da Amazônia. Países como Canadá e Suíça estão entre os principais destinos desse minério.