Teve início nesta quarta-feira (06), no Rio de Janeiro, a reunião de Cúpula do Mercosul. A solenidade teve a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que durante discurso na abertura do evento ressaltou a importância do bloco da América do Sul e do comércio com outros grupos, em especial o oriental.
“Se estamos todos juntos aqui nesta reunião do Mercosul é porque acreditamos que podemos sempre aperfeiçoar e aprofundar nosso processo de integração regional e que podemos trabalhar para expandir o comércio e os investimentos. E porque entendemos que no momento de aparente fragmentação das relações internacionais, o caminho da integração continua sendo relevante e pode dar resultados concretos. Integração não se faz apenas com grandes gestos e grandes acordos. Faz-se também no dia a dia, com avanços pontuais que destravam barreiras e criam oportunidades”, iniciou.
O vice-presidente afirmou também que o evento terá a confirmação de compromissos comerciais do bloco com Singapura e nova rodada de negociações de compromissos específicos de serviços do Mercosul. “Teremos assinatura do acordo de livre comércio com Singapura, que envolve não apenas mercadorias, mas favorece investimentos, fluxos de tecnologia, serviços, movimento de pessoas e segurança jurídica, porta de entrada para Ásia. Este será o primeiro acordo de livre comércio do Mercosul em mais de dez anos e o primeiro com o país asiático. Esta integração favorece os laços econômicos entre Brasil, Mercosul e região asiática, criando oportunidades para maior diversificação das exportações e investimentos. Além disso, o Mercosul se expandirá com a adesão da Bolívia, criando ainda mais significativa integração regional e possibilidade de desenvolvimento compartilhado”, declarou.
Alckmin apontou que há uma preocupação com a neoindustrialização. “Hoje em dia isso também significa dizer que devemos desenvolver uma indústria verde, inovadora e inclusiva, que aproveite as potencialidades da região e estabeleça sinergia entre as estruturas produtivas complementares. Somos certamente uma potência na área energética e podemos dar um salto na exploração, transporte e agregação de valor dos nossos recursos naturais. É fundamental avançar na agenda do comércio com sustentabilidade”, declarou. “Precisamos avançar na infraestrutura conjunta do bloco, melhorando rodovias, hidrovias, ferrovias, portos, aeroportos, adensando o intercâmbio energético e o escoamento da produção e favorecendo o turismo. Tão importante quanto baixar tarifas e harmonizar padrões e sistemas, é prover os meios físicos para garantir as trocas comerciais e a integração real, base para todo o restante”, complementou.
O ministro ressaltou ainda os avanços importantes nas negociações com a União Europeia e os compromissos de ambos “em prol de um entendimento equilibrado no futuro próximo a partir das bases sólidas” construídas nos últimos meses.
“Aprendemos a redescobrir a América Latina, a América do Sul, como nossa circunstância não só geográfica, mas também comercial, cultural e sentimental. Desejo a todos uma boa reunião, uma ótica cúpula, que seja mais uma oportunidade para darmos passos concretos para aproveitar nosso potencial para gerar desenvolvimento sustentável num ambiente de paz e solidariedade”, finalizou o vice-presidente.