A deputada federal Gleisi Hoffmann, durante pronunciamento na CPI do Movimento Sem Terra, nesta terça-feira (13), questionou diversas fragilidades do relatório de diligência da comissão e a sua finalidade. “Importante deixar aqui registrado: já é uma prévia do relatório final. Qual vai ser? A criminalização do movimento, da reforma agrária. É para isso que essa CPI foi montada. Ela não tem o objetivo de fazer uma discussão séria sobre o que é a produção no campo no Brasil, o que significa a reforma agrária, o Movimento Sem Terra, qual seria a convivência entre o agronegócio e o pequeno negócio, a agricultura camponesa, os assentamentos. Aqui é para criminalizar”, apontou a parlamentar.
Gleisi ainda perguntou aos integrantes se o relatório final terá imagens de Coronel Zucco e Ricardo Salles, presidente e relator da CPI do MST, invadindo as casas dos trabalhadores durante visita a um assentamento da Frente Nacional de Luta, do Pontal do Paranapanema, no final de maio. “Ao fazer o relatório e nos mostrar as imagens, terá as dele arrombando lá um galpão? Terá imagens dele entrando dentro das lonas, levantando-as, dizendo que aquilo não era residência, violando a intimidade das pessoas? Ou vai ter só as imagens que interessam a eles? É importante a gente ter isso claro”, ressaltou a deputada. “Quer apresentar relatório de diligência da CPI do MST sem que a gente tenha qualquer conhecimento do conteúdo, sem as imagens que mostram que houve direcionamento e abuso nessa visita. Sem contar que foram a um acampamento que não era do MST”, reforçou Gleisi Hoffmann através das redes sociais.
As imagens as quais a parlamentar se refere são as que mostram Zucco e Salles entrando sem autorização nas moradias de militantes, no dia 29 de maio. Os vídeos divulgados trazem ainda uma equipe fotografando o interior das casas com um celular. Em outro vídeo, ao ser informado para não filmar dentro da residência, o relator afirma que “isso aqui não é uma casa”.