O governo federal realiza nesta terça-feira (15) as primeiras reuniões do comitê interministerial criado para responder à tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O encontro, coordenado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, reúne empresários do agronegócio e da indústria nacional, com o objetivo de ouvir os setores mais impactados e buscar soluções diplomáticas e comerciais antes da entrada em vigor da medida, prevista para 1º de agosto.
Manhã (10h): Indústrias com forte relação comercial com os EUA, como aviação, aço, alumínio, celulose, máquinas, calçados e autopeças, participam do primeiro bloco do encontro, na sede do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), em Brasília.
Tarde (14h): Empresários do agronegócio, incluindo setores de suco de laranja, carnes, frutas, mel, couro e pescado, serão ouvidos. Além do MDIC, participam representantes dos Ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca.
Negociação diplomática: O comitê busca alternativas para negociar com o governo americano e evitar a aplicação da tarifa. O Brasil já havia encaminhado uma proposta de diálogo aos EUA em maio, mas não obteve resposta até o momento.
Mobilização empresarial: O governo espera que a participação dos setores privados ajude a pressionar empresas e autoridades americanas, destacando a integração das cadeias produtivas entre os dois países.
Mapeamento de mercados alternativos: O Ministério da Agricultura trabalha na identificação de novos destinos para produtos afetados, como café, suco de laranja, carne bovina, pescados e frutas, com foco em países da Ásia, Oriente Médio e Europa.
Entre as empresas e entidades convidadas para as reuniões estão:
Embraer (aviação)
Tupy (componentes industriais)
Ibá (produtos florestais)
WEG (equipamentos eletrônicos)
CNI, Fiesp, Abimaq, Abimovel, Aço Brasil, Sindipeças, ABAL, Abicalçados (representantes industriais)
No agronegócio, o governo prioriza diálogo com segmentos mais expostos ao mercado americano, como carne bovina, café e suco de laranja.
O governo não descarta acionar a Lei da Reciprocidade, que prevê medidas equivalentes contra produtos americanos, caso não haja acordo. Também está prevista a continuidade do diálogo com empresas americanas e a Câmara de Comércio Brasil-EUA (Amcham), visando soluções que minimizem os impactos econômicos para ambos os lados.