Um homem de 40 anos quase perdeu o pênis após realizar três aplicações de PMMA (polimetilmetacrilato) com o objetivo de aumentar o órgão sexual. O caso, que ganhou repercussão nacional, evidencia os riscos associados ao uso dessa substância em procedimentos estéticos genitais e levanta um alerta sobre a popularização da chamada “harmonização peniana” no Brasil.
Segundo o Metrópoles, o paciente, identificado apenas como Jorge, foi influenciado por propagandas em jornais e revistas no início dos anos 2000 e, em 2007, viajou a São Paulo para a primeira aplicação em uma clínica de procedência duvidosa. Satisfeito com o resultado inicial, repetiu o procedimento anos depois e, na terceira vez, aceitou a sugestão de um médico para aplicar o produto também na bolsa escrotal. Dois anos após a última intervenção, o corpo de Jorge começou a rejeitar o PMMA, resultando em inflamações persistentes, dores intensas e feridas na região genital. O uso prolongado de corticoides para controlar as reações agravou o quadro, causando danos aos rins.
Diante do risco de necrose e amputação do órgão, Jorge precisou passar por duas cirurgias para remoção do material e reconstrução do pênis e da bolsa escrotal. O urologista responsável pelo caso, Ubirajara Barroso Jr., da Sociedade Brasileira de Urologia, destaca que o PMMA é uma substância plástica não absorvível pelo organismo, banida pelo Conselho Federal de Medicina para preenchimentos devido ao alto risco de complicações graves e até fatais.
“Era como se meu corpo quisesse expulsar aquele PMMA dealgum jeito, relatou Jorge. “Corri o risco de perder o órgão sexual caso o problema continuasse a evoluir”.
O PMMA é um polímero sintético utilizado em preenchimentos corporais, mas não é absorvido pelo organismo. Quando aplicado em grandes volumes ou em locais inadequados, como o pênis, pode desencadear reações inflamatórias crônicas, necrose tecidual e infecções graves, colocando em risco a integridade do órgão e a saúde do paciente. O Conselho Federal de Medicina proibiu o uso do PMMA para fins estéticos em 2024, justamente pelos riscos de complicações severas, incluindo necessidade de múltiplas cirurgias reparadoras e até amputação.