Sábado, 27 de Julho de 2024

Internautas resgatam vídeo de Bolsonaro falando que poderia perdoar o Holocausto

2024-02-21 às 09:01

Nesta quarta-feira (21), usuários do X, antigo Twitter, resgataram um trecho de pronunciamento do ex-presidente Bolsonaro no qual ele afirmava que poderia perdoar o Holocausto. “Fui, mais uma vez, no Museu do Holocausto. Nós podemos perdoar, mas não podemos esquecer”, disse. A declaração foi feita durante um encontro com evangélicos no Rio de Janeiro, em 2019. Confira no vídeo abaixo:

Durante a mesma viagem, o então presidente reforçou as declarações do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que defendia que o nazismo havia sido um movimento político de esquerda. No entanto, o posicionamento é contradito pelo próprio Museu do Holocausto, que classifica as ações de Hitler e seus seguidores como extrema direita.

Na época, as declarações de Bolsonaro foram condenadas por israelenses. O Museu do Holocausto divulgou uma nota afirmando “discordamos da fala do presidente brasileiro de que o holocausto pode ser perdoado. Não cabe a ninguém determinar se os crimes do holocausto podem ser perdoados”. Já o presidente de Israel, Reuven Rivlin, mesmo sem citar o político brasileiro, publicou no Twitter a seguinte mensagem: “O que Amalek [nação descrita religiosamente como eterna inimiga dos judeus] fez contra nós está inscrito em nossa memória. Nós sempre vamos nos opor aqueles que negam a verdade ou aqueles que desejam expurgar a nossa memória – não indivíduos ou grupo, não líderes partidários ou primeiros-ministros. Nós nunca iremos perdoar e nunca iremos esquecer”.

Outros casos

Em novembro de 2021, o então presidente não refutou um seguidor que citou Hitler como exemplo para a educação infantil. “A gente via que Hitler trabalhava muito com as crianças. Nosso Ministério da Educação já poderia estar fazendo também um trabalho com as crianças para voltar à conscientização?”, questionou o apoiador. Em resposta, Bolsonaro afirma que “você não consegue… Tem ministério que é um transatlântico. Não dá para dar um cavalo de pau. Eu gostaria de imediatamente botar educação moral e cívica, um montão de coisas lá, coisas que são boas. Eu ouvi outro dia, tive o saco de ouvir, uns 10 minutos, duas mulheres… Podiam ser dois homens… mas que não sabiam nada. Elas não sabiam nem o que era Poder Executivo. Coisas absurdas que são comuns”.

Já em 1995, quando ainda atuava como deputado federal, Bolsonaro defendeu estudantes que admiravam Hitler. Na ocasião, alguns formandos do Colégio Militar de Porto Alegre haviam escolhido o ditador alemão como o personagem histórico mais admirado. “Quero deixar patente minha revolta com a grande mídia, um tanto quanto servil, que criticou duramente o Colégio Militar de Porto Alegre apenas porque nove entre 84 alunos resolveram eleger entre Conde Drácula, Hércules, Nostradamus, Rainha Catarina, Átila – só faltou FHC -, Hitler como personalidade histórica mais admirada”, afirmou Bolsonaro em discurso realizado na Câmara dos Deputados.