Sábado, 14 de Dezembro de 2024

IPCA-15: Prévia da inflação sobe 1,17% em novembro e registra alta de 10,73% em 12 meses

2021-11-25 às 16:05

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve alta de 1,17% em novembro, 0,03 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em outubro (1,20%). Essa é a maior variação para um mês de novembro desde 2002, quando o índice foi de 2,08%. O acumulado no ano foi de 9,57% e, em 12 meses, de 10,73%, acima dos 10,34% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2020, a taxa havia sido de 0,81%.

Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em novembro. A maior variação (2,89%) e o maior impacto (0,61 p.p.) vieram dos Transportes. Em seguida, vieram Habitação (1,06%) e Saúde e cuidados pessoais (0,80%), com impactos de 0,17 p.p. e 0,10 p.p., respectivamente. Juntos, os três grupos contribuíram com 0,88 p.p. no IPCA-15 de novembro, o equivalente a cerca de 75% do índice do mês. Vestuário (1,59%) teve a segunda maior variação no mês e o grupo Alimentação e bebidas (0,40%) desacelerou em relação a outubro (1,38%). Os demais grupos ficaram entre o 0,01% de Educação e o 1,53% de Artigos de residência.

O resultado dos Transportes (2,89%) foi influenciado, principalmente, pela alta nos preços da gasolina (6,62%), o maior impacto individual no índice do mês (0,40 p.p.). No ano, o combustível acumula alta de 44,83% e, em 12 meses, de 48,00%. Também houve altas nos preços do óleo diesel (8,23%), do etanol (7,08%) e do gás veicular (2,59%).

Ainda em Transportes, os preços dos automóveis novos (1,92%) e usados (1,91%) seguem em alta, assim como os preços das motocicletas (1,26%). Os três subitens contribuíram conjuntamente com cerca de 0,10 p.p. no resultado de novembro. Outro destaque foram os transportes por aplicativo (16,23%), que já haviam subido 11,60% no mês anterior. No lado das quedas, houve redução nos preços das passagens aéreas (-6,34%), após dois meses de altas expressivas (28,76% em setembro e 34,35% em outubro).

No grupo Habitação (1,06%), a maior contribuição foi do gás de botijão (4,34%), cujos preços subiram pelo 18° mês consecutivo, acumulando 51,05% de alta no período iniciado em junho de 2020. A energia elétrica (0,93%) teve variação menor que a de outubro (3,91%) e contribuiu com 0,05 p.p. no índice do mês. Desde setembro, está em vigor a bandeira tarifária Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Além disso, houve reajustes em Goiânia (10,93%): reajuste de 16,37%, a partir de 22 de outubro; em Brasília (4,16%): reajuste de 11,69%, a partir de 22 de outubro; e em São Paulo (1,23%): reajuste de 16,44% em uma das concessionárias, a partir de 23 de outubro.

Também em Habitação, a alta do gás encanado (0,88%) é consequência do reajuste de 6,90% nas tarifas no Rio de Janeiro (2,78%), em vigor desde 1° de novembro. A taxa de água e esgoto (0,07%) também teve reajuste de 9,86% nas tarifas no Rio de Janeiro (1,65%), a partir de 8 de novembro. A queda desse subitem em Brasília (-1,22%) decorre de parcela não apropriada anteriormente da redução de 2,74% nas tarifas ocorrida em 1° de junho.

O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,80%) foi influenciado pelas altas dos itens higiene pessoal (1,65%) e produtos farmacêuticos (1,13%). Em outubro, a variação do primeiro havia sido negativa (-0,26%) e a do segundo próxima à estabilidade (0,02%).

Em Vestuário (1,59%), houve altas em todos os itens pesquisados, com destaque para as roupas femininas (2,05%), masculinas (1,88%), e infantis (1,30%), além dos calçados e acessórios (1,28%). No ano, o grupo acumula variação de 8,64%, enquanto, no mesmo período de 2020 (de janeiro a novembro), o acumulado foi de -1,31%.

A desaceleração do grupo Alimentação e bebidas (de 1,38% em outubro para 0,40% em novembro) deve-se às altas menos intensas em alguns subitens, como o tomate (14,02%), o frango em pedaços (3,07%) e o queijo (2,88%). Houve ainda quedas nas carnes (-1,15%), no leite longa vida (-3,97%) e nas frutas (-1,92%). Por outro lado, os preços da batata-inglesa (14,13%) subiram mais que o observado em outubro (8,57%) e a cebola teve variação positiva (7,00%), após a queda de 2,72% no mês anterior.

Na alimentação fora do domicílio (0,15%), destacam-se a aceleração da refeição (de 0,52% em outubro para 0,88% em novembro) e o recuo nos preços do lanche (-1,08%).

Todas as áreas pesquisadas apresentaram alta em novembro. A maior variação foi a de Goiânia (1,86%), cujo resultado foi puxado pela energia elétrica (10,93%) e pela gasolina (5,87%). O menor resultado ocorreu na região metropolitana de Belém (0,76%), onde houve queda nos preços da energia elétrica (-2,05%) e do açaí (-9,30%).

Região Peso Regional (%) Variação Mensal (%)  Variação Acumulada (%)
Outubro Novembro Ano 12 meses
Goiânia 4,96 1,00 1,86 10,07 11,09
Salvador 7,19 1,10 1,47 9,44 10,73
Fortaleza 3,88 1,03 1,35 10,53 11,90
Belo Horizonte 10,04 1,17 1,34 9,32 10,55
Brasília 4,84 0,87 1,34 9,07 9,77
Recife 4,71 1,04 1,23 10,20 11,30
Curitiba 8,09 1,58 1,22 12,26 13,69
Rio de Janeiro 9,77 1,22 1,20 8,57 9,96
Porto Alegre 8,61 1,20 1,15 10,64 12,33
São Paulo 33,45 1,34 0,95 8,89 9,82
Belém 4,46 0,51 0,76 8,98 9,97
Brasil 100,00 1,20 1,17 9,57 10,73
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 14 de outubro e 12 de novembro de 2021 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de setembro a 13 de outubro de 2021 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta e na abrangência geográfica.

do IBGE