A Itaipu Binacional, a Prefeitura de Belém e a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp) do Pará inauguraram nessa terça-feira (3) o 26º de um total de 32 biodigestores que estão sendo instalados em escolas da capital paraense, financiados por recursos da usina.
O 26º biodigestor – parte do sistema autônomo para a gestão descentralizada de resíduos orgânicos – fica na sede da Fundação Escola Bosque Eidorfe Moreira – Funbosque, localizada na Ilha de Caratateua, Distrito de Outeiro.
O sistema recém-inaugurado transforma os resíduos da merenda escolar em biogás, que passa ser usado para acender as chamas da cozinha, e também resulta em biofertilizante. A capacidade de processamento de resíduos orgânicos é de 10 kg por dia, o que representa uma economia mensal equivalente a dois botijões.
O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, fez o acendimento simbólico de um dos fogões que serão usados para a produção da merenda, abastecido com o biogás. “Temos muito que agradecer à Itaipu por estar ajudando no desenvolvimento sustentável no Pará e pelo Brasil. A educação ambiental é um processo permanente e a usina está colaborando com esse legado”, afirmou.
A instalação de 32 biodigestores em escolas e ilhas de Belém faz parte de convênios da Itaipu Binacional, no valor de R$ 40 milhões, assinados com a Prefeitura de Belém e a Fadesp, no âmbito da educação ambiental, gestão de resíduos sólidos, inovação e bioeconomia. É mais uma ação preparatória à Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP 30), que será realizada na capital paraense, em novembro de 2025. O Itaipu Parquetec é parceiro da iniciativa.
Além do prefeito de Belém, o evento contou com a participação da secretária municipal de Educação, Araceli Lemos, do presidente da Funbosque, Laurimar de Matos Farias, e da coordenadora do projeto pela Fadesp, professora Márcia Bittencourt.
Itaipu foi representada pela gestora do convênio, Rosani Borba, da Divisão de Educação Ambiental. O engenheiro ambiental Paulo Henrique Squinzani, gestor do convênio Belém do Itaipu Parquetec, também participou da mesa de honra que antecedeu a visita ao biodigestor.
“A água da Amazônia chega até nós, na Itaipu, por meio dos rios voadores, conforme comprova a ciência. Isso é mais um dos motivos pelos quais estamos atuando aqui em Belém com ações que protegem a floresta e as gerações futuras”, disse Rosani. “Nossa proposta é trazer para cá a metodologia de gestão de resíduos que desenvolvemos em nossa área de atuação prioritária no Paraná e sul do Mato Grosso do Sul e permitindo que ela seja um modelo a ser replicada”, completou.
Para a professora Márcia Bittencourt, o sistema autônomo para a gestão descentralizada de resíduos orgânicos é muito mais do que um produtor de biogás e de biofertilizante, mas “uma verdadeira sala de aula”. Segundo a professora, os alunos poderão estudar a ciência na prática, desenvolver pesquisas e aprender mais sobre educação ambiental.
Em testes há duas semanas, o fogão movido a biogás foi aprovado pelas merendeiras da sede da Funbosque, instituição que abriga mais de 2.300 alunos em sete unidades.
“Quando a gente está na lida, tiramos muito resíduo. Nunca tinha imaginado que iria cozinhar a partir da energia dos próprios resíduos”, contou a merendeira Regina Kátia Oliveira dos Santos. “É muito maravilhoso a gente poder reaproveitar tudo agora”.
“Já somos parte da COP 30, porque trabalhamos em uma escola de referência de bem-estar, temos horta e agora vamos reaproveitar cascas, restos de verdura, para gerar o gás”, disse a merendeira e técnica em Nutrição Júlia de Nazaré Ferreira. “Vamos mostrar ao mundo que somos a Amazônia”.
Nesta quarta e quinta-feira (4), Belém recebe outro evento ligado aos investimentos da Itaipu: o I Seminário de Educação Ambiental, no auditório Benedito Nunes, da Universidade Federal do Pará (UFPA). A realização do seminário pelo município está prevista no convênio com a binacional. O?líder indígena, ambientalista e escritor Ailton Krenak?estará presente e vai palestrar sobre “A natureza do tempo presente: reflexões sobre crise ambiental, cosmologia indígena e ancestralidade”.
Da assessoria