Sábado, 12 de Outubro de 2024

Leia a decisão completa do ministro Alexandre de Moraes sobre operação contra Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe em 2022

2024-02-08 às 11:53
Foto: Alan Santos/PR

Na manhã desta quinta-feira (8), a Polícia Federal deflagrou uma operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores dele investigados por tentativa de golpe de Estado no país e invalidar as eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva. A ação é embasada na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Confira ao final da matéria o documento na íntegra.

Ao todo, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão. Entre os presos estão o ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Filipe Martins (que foi preso em Ponta Grossa), o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Marcelo Câmara, e o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto. 

O documento que contém a decisão de Moraes possui 135 páginas e detalha toda a investigação sobre a tentativa de golpe. Moraes ainda determinou que Bolsonaro entregue o seu passaporte às autoridades em até 24 horas, o impedindo de sair do país, e de ter contato com os demais investigados.

Conforme o documento, a investigação descobriu uma minuta golpista que previa a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A minuta foi entregue a Bolsonaro por Filipe Martins, que foi preso nesta quinta-feira (8), e Amauri Feres. Bolsonaro pediu que os nomes de Pacheco e Gilmar fossem retirados do documento, mas não o de Moraes. O ex-presidente também quis que fosse mantido trecho que previa a realização de novas eleições.

Além disso, consta na decisão que militares contrários ao golpe foram pressionados por militares da ativa para tentar fazê-los aderir ao movimento. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, também recebeu um pedido de R$ 100 mil para ajudar na organização de atos golpistas. A investigação também aponta que o PL, partido de Bolsonaro, foi usado para financiar narrativas de apoio de ataques às urnas.