Sábado, 12 de Outubro de 2024

Luciano Hang é condenado a pagar R$ 85 milhões por coagir funcionários a votarem em Bolsonaro

2024-01-31 às 13:09

O juiz Carlos Alberto Pereira de Castro, da 7ª Vara do Trabalho de Florianópolis, condenou o empresário Luciano Hang e as lojas Havan a pagarem mais de R$ 85 milhões por coagir funcionários a votarem em Jair Bolsonaro na eleição de 2018. A ação, movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), aponta que Hang teria feito campanha em prol de Bolsonaro, obrigado os colaboradores a participarem de “atos cívicos” da empresa e ameaçado fechar lojas caso Fernando Haddad vencesse.

Em sua defesa, o magistrado aponta que “há uma distância considerável entre apenas declarar seu apoio político a qualquer candidato ou agremiação político-partidária que seja e a forma como se deu a abordagem no caso presente”. Sobre as ameças de fechamento, Castro afirma: “Em uma prática que já é discutível sem se tratar de questões políticas, promoveu o mesmo réu em estabelecimento da Havan uma manifestação em que não só fez campanha para um candidato às eleições, mas colocou em xeque a continuidade de todos os contratos de trabalho firmados pela ré Havan, caso houvesse resultado desfavorável sob a sua ótica”.

Ainda em 2018, o empresário foi proibido de influenciar o voto de seus empregados na eleição. Na época, foi determinado que a empresa fixasse uma cópia integral da decisão do mural de avisos dos funcionários e que pesquisas de intenção de votos fossem proibidas.

Ao ser procurado pelo O Globo, a assessoria de Hang afirma que a decisão é “descabida e ideológica” e que na época dos acontecimentos perícias foram feitas pela Justiça do Trabalho e “nada foi comprovado”. A denúncia, de acordo com o empresário, teria surgido de “agentes públicos com militância política e sindicatos”. Ele finaliza a nota apontando que irá recorrer da decisão.

Informações: O Globo e UOL