Em entrevista exclusiva ao programa Ponto de Vista, apresentado por João Barbiero na Rede T de rádios do Paraná, na manhã deste sábado (25), o deputado federal Ricardo Barros (PP), que vai assumir a Secretaria de Estado de Indústria e Comércio, opinou a respeito do papel do Progressistas dentro do novo governo Lula.
Ao voltar seu olhar para o Paraná, ao assumir uma pasta do alto escalão, ele disse que preferiu se afastar da “polarização radical” em Brasília. “O próprio presidente Lula ainda tem dificuldade em entender o momento, ele ainda está muito amargo, não desceu do palanque, o que é lamentável, pois já podia estar governando”, critica.
Barros analisa que Bolsonaro também não soube assumir o controle da oposição, uma vez que ainda não estaria articulando nada a respeito. “Eu mesmo estive no Alvorada conversando com ele sobre essa possibilidade de quem poderia liderar a oposição e fazermos um projeto para o futuro. Mas não houve uma resposta clara de que como isso vai funcionar e não estou vendo claramente como está funcionando em Brasília a oposição ao governo Lula”, lamenta.
Por ter sido líder do governo Bolsonaro na Câmara, esperava-se que o parlamentar fosse assumir, talvez, a liderança da oposição ao governo Lula. No entanto, Ricardo Barros (PP) carrega em sua trajetória política uma boa relação com os governos, independente do espectro, tendo sido vice-líder do governo FHC e Lula; líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal e ministro da Saúde no governo Temer.
O novo secretário de Estado de Indústria e Comércio do Paraná atribui essa “diplomacia” a uma característica do Progressistas, que sempre fez parte da base dos governos. “[O PP] nunca disputou o poder e, portanto, respeita a vontade popular de quem ganhou a eleição, que tem o direito de implementar seu plano de governo. O partido sempre apoiou os governos eleitos”, justifica.
‘Oposição é uma obrigação do PL’
Barros acredita que não cumpre ao Progressistas exercer ou liderar a oposição ao governo Lula e que esse papel caberia ao Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro. Segundo o deputado, houve convite para que o ex-presidente, que estava sem partido, migrasse para o PL, e ele recusou. “A oposição, hoje, é uma obrigação do Partido Liberal, partido do [ex-]presidente Bolsonaro. Nós não temos essa obrigação. Mas, nosso presidente nacional, Ciro Nogueira, está posicionado na oposição. Vários deputados nossos já apoiaram Lula na campanha, porque, em seus estados, as alianças apontavam nessa direção”, afirma.
O interesse do secretário, nesse momento, é auxiliar os prefeitos do Paraná a terem seus parques e barracões industriais, proporcionar mão de obra qualificada e, assim, assegurar que a população se estabeleça nos municípios. De acordo com ele, cerca de 70 municípios tiveram redução em suas populações, muito em função de um novo êxodo para grandes centros em busca de emprego. “É preciso ter uma ação do governo para evitar [a redução populacional]”, diz.
Ponto de Vista
Apresentado por João Barbiero, o programa Ponto de Vista vai ao ar semanalmente, aos sábados, das 7h às 8h, pela Rede T de Rádios do Paraná.
A Rádio T pode ser ouvida em todo o território nacional através do site ou nas regiões abaixo através das respectivas frequências FM: T Curitiba 104,9MHz; T Maringá 93,9MHz; T Ponta Grossa 99,9MHz; T Cascavel 93,1MHz; T Foz do Iguaçu 88,1MHz; T Guarapuava 100,9MHz; T Campo Mourão 98,5MHz; T Paranavaí 99,1MHz; T Telêmaco Borba 104,7MHz; T Irati 107,9MHz; T Jacarezinho 96,5MHz; T Imbituva 95,3MHz; T Ubiratã 88,9MHz; T Andirá 97,5MHz; T Santo Antônio do Sudoeste 91.5MHz; T Wenceslau Braz 95,7MHz; T Capanema 90,1MHz; T Faxinal 107,7MHz; T Cantagalo 88,9MHz; T Mamborê 107,5MHz; T Paranacity 88,3MHz e T Brasilândia do Sul 105,3MHz.