O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afastou o coordenador do programa, Flávio Carlos Pereira, que ocupava o cargo desde 2012, nomeado no governo Dilma Rousseff (PT). O servidor nega as irregularidades.
Criado há duas décadas, o Fies é considerado uma das mais importantes ações sociais do governo federal. O programa já investiu mais de R$ 100 bilhões na formação superior de estudantes carentes.
Os auditores do MEC e da CGU descobriram que um grupo de faculdades privadas estava fraudando o sistema. Elas tinham dívidas com a Receita Federal e com o Tesouro Nacional.
Segundo os técnicos, 30% de tudo que era repassado de maneira irregular às entidades de ensino retornava a Brasília em forma de comissões e propina — repartidas entre escritórios de lobby, advogados e servidores públicos.
O MEC pretende fazer um pente-fino em todos os processos. Há suspeita de que as faculdades formaram alunos-fantasma. De acordo com os técnicos da pasta ouvidos pela revista, a determinação do ministro Milton Ribeiro é para que os casos suspeitos sejam imediatamente encaminhados à Polícia Federal.
Veja a íntegra da nota do MEC:
O Ministério da Educação informa que partiu da própria instituição a decisão de pedir a investigação sobre possíveis irregularidades relacionadas ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Imediatamente após apurar a existência de indícios de irregularidades, o MEC adotou medidas administrativas de caráter interno e solicitou a Polícia Federal e a CGU a abertura de uma investigação. A transparência e lisura na utilização de recursos públicos são premissas do Governo Federal, tornando a medida, que investiga ações desta natureza, um dever e uma resposta ao cidadão brasileiro. O Novo Fies é primordial para a futuro do país e de nossos estudantes. Seus pilares são a ampliação do acesso ao ensino superior, a maior transparência para os estudantes e para a sociedade, e a melhoria na governança e na sustentabilidade do Fundo.
do Metrópoles