Segunda-feira, 29 de Setembro de 2025

Metanol em bebida: terceira morte é confirmada em SP

2025-09-29 às 14:57
Foto: Reprodução

Autoridades de saúde de São Paulo confirmaram a terceira morte causada pela ingestão de bebida alcoólica adulterada com metanol. O caso mais recente ocorreu no último domingo (29) em São Bernardo do Campo, na região metropolitana da capital. A vítima é um homem de 45 anos.

Outros dois óbitos foram registrados anteriormente. No dia 18 de setembro, um homem de 48 anos, morador de Itu, morreu após consumir bebida contaminada. Ele foi encaminhado a um hospital em São Bernardo do Campo, onde faleceu. Três dias antes, em 15 de setembro, um homem de 54 anos morreu na capital paulista. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), ele apresentou sintomas no dia 9 e foi atendido por um serviço de saúde da rede privada, mas não resistiu.

Além dos óbitos, há casos suspeitos em investigação. A SMS identificou 13 possíveis ocorrências de intoxicação por metanol. Destas, cinco estão sob apuração, cinco pacientes receberam alta e três permanecem internados. O Centro de Vigilância Sanitária (CVS), ligado ao governo estadual, confirmou seis casos e monitora ao todo dez ocorrências em diferentes cidades do estado.

Em nota, o CVS orientou comerciantes e consumidores sobre os cuidados necessários:

“A recomendação é que bares, empresas e demais estabelecimentos redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos oferecidos, e que a população adquira apenas bebidas de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, evitando opções de origem duvidosa e prevenindo casos de intoxicação que podem colocar a vida em risco.”

As autoridades também encaminharam alguns casos, incluindo a morte registrada na capital, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública por meio do Sistema de Alerta Rápido (SAR). Oito outras ocorrências foram reportadas ao governo federal em um período de 25 dias, segundo o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), de Campinas.

Diferente de episódios anteriores, nos quais o metanol era ingerido de forma deliberada por populações em situação de rua, os casos atuais envolvem bebidas consumidas em ambientes sociais. A informação foi destacada pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), que classificou o cenário como um risco de saúde pública:

“A ingestão acidental ou intencional de metanol leva a intoxicações graves e potencialmente fatais. O cenário de adulteração é particularmente relevante do ponto de vista de saúde pública, pois episódios dessa natureza frequentemente resultam em surtos epidêmicos com múltiplos casos graves e elevada taxa de letalidade, afetando grupos populacionais vulneráveis e exigindo resposta rápida das autoridades sanitárias. Nesse sentido, requer alerta à população, considerando, inclusive, o início do fim de semana, quando há maior frequência a bares e consumo de bebidas alcoólicas”, diz nota da Secretaria.

As investigações, de acordo com a CNN Brasil, seguem em andamento, e o poder público reforça o alerta para que a população evite consumir bebidas de procedência desconhecida.