Sábado, 27 de Julho de 2024

Número de falências de empresas em junho sobe 71,3% devido à crise causada por pandemia

2020-07-14 às 09:42

As dificuldades financeiras causadas pela pandemia de coronavírus fez com que muitas empresas começassem a sucumbir. Em junho, o número de pedidos de recuperação judicial cresceu 44,6% e o de falências decretadas, 71,3% em relação a igual período de 2019, segundo levantamento da Boa Vista SCPC. A diferença entre os dois processos é que a recuperação judicial representa uma chance de a empresa se recuperar, já a falência decreta o encerramento das atividades.

Mas, de acordo com especialistas, esse número deve ser ainda maior no segundo semestre de 2020. Isso porque essa primeira onda de processos judiciais envolve empresas que já vinham tendo problemas financeiros antes da pandemia. “O coronavírus foi a gota d’água para aquelas companhias que ainda tentavam se recuperar das crises de 2008 e 2014”, disse o sócio fundador da DASA Advogados, Carlos Deneszczuk, em entrevista ao Estadão.

O advogado Flavio Galdino, do escritório Galdino & Coelho afirma que em mais um mês e meio será possível saber melhor o que virá pela frente. “Na minha avaliação, a onda maior virá em setembro e outubro.” Para Galdino, os setores que mais correm risco de irem para recuperação judicial são os de turismo e de varejo. “Esses setores já cortaram despesas e já demitiram. Agora, tem de reequilibrar as contas”, avaliou o advogado também em entrevista ao Estadão.

Na avaliação de economistas, a saída da crise atual é uma incógnita. Ninguém sabe quanto tempo vai demorar para voltar aos níveis pré-pandemia. Em alguns setores, a dúvida é ainda mais latente, como as áreas de entretenimento e restaurantes, por causa do comportamento da população ao fim do isolamento.