há 7 horas
Amanda Martins

A Organização das Nações Unidas (ONU) enviou uma carta ao governo brasileiro criticando falhas na segurança e na infraestrutura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém (PA). A informação foi revelada nesta quinta-feira (13) pela Bloomberg Línea.
O documento, assinado por Simon Stiell, secretário-executivo da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima, teria sido encaminhado ao Ministério da Casa Civil, ao Governo do Pará e ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago.
Segundo informações do portal Metrópoles, a principal queixa da ONU diz respeito ao episódio ocorrido na noite de terça-feira (11), quando um grupo de ativistas, incluindo indígenas, tentou invadir a Blue Zone, área restrita onde ocorrem as negociações centrais do evento. Na carta, Stiell afirma que o governo brasileiro instruiu agentes da Polícia Federal a não reprimir os manifestantes e destaca que as forças de segurança presentes “falharam em agir”, apesar de estarem posicionadas no local.
Além das críticas à atuação policial, o texto também menciona problemas estruturais na conferência, cobrando providências sobre o enfrentamento das altas temperaturas registradas em Belém e sobre as chuvas que têm atingido a cidade durante o evento.
Resposta do governo federal
Em nota divulgada nesta quinta-feira, a Casa Civil rebateu as críticas, sem mencionar diretamente a carta da ONU. O governo afirmou que não interferiu na condução da segurança durante o protesto e destacou que a responsabilidade pela área da Blue Zone cabe ao Departamento das Nações Unidas para Segurança e Proteção (UNDSS).
A administração federal informou ainda que houve um reposicionamento das equipes de segurança para prevenir novos incidentes. Sobre as reclamações quanto ao calor, o governo disse que a COP30 recebeu novos equipamentos de ar-condicionado. Já em relação às chuvas, negou alagamentos e citou apenas “ocorrências localizadas, como goteiras”.
A correspondência e a resposta tornam públicas tensões sobre a organização da conferência, que neste ano elevou Belém ao centro das discussões globais sobre clima.