Terça-feira, 12 de Agosto de 2025

Padre faixa-preta de jiu-jitsu é suspeito de agredir idosa durante suposto exorcismo

O religioso foi afastado cautelarmente pela Arquidiocese de Botucatu, que abriu um procedimento interno para apurar os fatos
2025-08-12 às 17:32

O padre João José Bezerra, suspeito de agredir uma mulher de 62 anos durante um suposto exorcismo na Paróquia Nossa Senhora Consolata, em São Manuel (SP), é faixa-preta e vice-campeão mundial de jiu-jitsu. Segundo o ND+, o episódio ocorreu na quinta-feira, 7 de agosto de 2025, durante a missa do terceiro dia da novena de São Miguel Arcanjo, presidida pelo padre, que se apresentava como exorcista.

Segundo o boletim de ocorrência registrado pela vítima, durante a passagem do Santíssimo, a mulher, que afirmou estar “repousando no Espírito Santo”, teria começado a manifestar um espírito maligno e entrou em estado de inconsciência. Foi quando o padre teria começado a agredi-la fisicamente com tapas, puxões de cabelo e a arremessado contra os bancos da igreja. A mulher pediu que ele parasse, sem sucesso, e o padre só foi contido após a intervenção de outras pessoas presentes. A vítima foi encaminhada à Santa Casa de São Manuel, onde foram constatados hematomas no rosto, couro cabeludo e ombro. A Arquidiocese de Botucatu afastou cautelarmente o padre e iniciou um procedimento interno para apurar os fatos, além de oferecer ajuda para as despesas médicas da vítima.

João José Bezerra é conhecido no meio do jiu-jitsu desde 2023, quando foi vice-campeão no Mundial de Jiu-Jitsu da Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu Esportivo na categoria faixa marrom master 3 (até 88 kg), sendo posteriormente graduado faixa-preta, o nível mais alto da arte marcial. Ele também foi homenageado pela Câmara de Cerqueira César (SP), sua cidade natal, pelos feitos esportivos que simbolizam disciplina e superação.

A Arquidiocese informou não possuir nenhum sacerdote designado oficialmente como exorcista, ressaltando que o exercício dessa função requer autorização expressa do bispo diocesano, o que não teria acontecido no caso de Bezerra. A Polícia Civil investiga o caso, que está registrado na Delegacia Seccional de Botucatu.