O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), coordenador da equipe de transição do Governo, confirmou na segunda (14), o nome do deputado federal ponta-grossense Aliel Machado (PV) como convidado a integrar o Grupo de Trabalho (GT) do Esporte. Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta quinta (17), o parlamentar comentou a expectativa para atuar na equipe de transição do Governo Lula.
O convite para integrar a equipe de transição representa, para o parlamentar, o ganho de força política. “Participar do grupo de transição, mesmo que seja numa temática, faz com que tenhamos ligação com todas as outras áreas. Abre portas em todas as outras áreas. O convite foi feito pelo presidente Lula e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Quero fazer um agradecimento especial à presidente do PT, a deputada federal, daqui do nosso estado, a Gleisi [Hoffmann], que está tendo um papel, talvez o mais importante de todos nesse novo governo, que vai ser importante para o estado do Paraná”, pontua.
De acordo com Aliel, Gleisi tem sido a grande responsável por estabelecer pontes entre o governo eleito e todos os partidos, em busca de governabilidade. “Ela faz de forma muito responsável, coerente e preparada”, elogia.
“Para mim, também foi uma grande honra. Na última terça (8), me encontrei com o presidente [eleito] Lula, em Brasília. Encontrei com ele em duas oportunidades e, numa delas, pude conversar sobre alguns temas. Já tinha encontrado ele no 2º turno, quando fui fazer um apelo a ele em relação à Transbrasiliana [BR-153], que é uma das obras mais importantes para a região, para o agronegócio e para o desenvolvimento de toda a nossa região dos Campos Gerais e também sobre a situação da Saúde, em Ponta Grossa. Fiz uma ponderação importante, pois é algo que me preocupa muito”, cita.
Eleito para o terceiro mandato consecutivo na Câmara Federal, o deputado considera que construiu vínculos e amizades em Brasília e seu trabalho já se tornou conhecido. “Sempre defendo muito a coerência, ter lado, posição política. Isso é muito importante, apesar de ter um custo político, porque hoje as pessoas têm suas paixões, suas preferências, que respeitamos, mas tem também o bônus de as pessoas saberem com quem estão lidando”, acrescenta.
Aliel acredita que pode contribuir com sua experiência na área do esporte, pois foi coordenador da Paraná Esporte, na região dos Campos Gerais, entre 2009 e 2010, e é membro da Comissão do Esporte na Câmara dos Deputados atualmente.
“A transição é um grupo de técnicos e políticos, escolhido pelo governo que ganhou as eleições e o outro grupo, escolhido pelo atual governo, para que essas equipes conversem entre elas, para que haja um diagnóstico da real situação do país, em todas as áreas. A partir desse diagnóstico, como se fosse um raio-X de como estão as coisas lá dentro, para preparar as ações e planos a serem desenvolvidos pelo novo governo”, explica.
A equipe de transição formou equipes menores, os grupos de trabalho (GT), em cada uma das 31 áreas temáticas – como Saúde, Agricultura, Educação, Esporte, Cultura, entre outros. Esses grupos de trabalho devem elaborar relatórios sobre como estão as coisas atualmente e quais as propostas de ações para a continuidade do trabalho no mandato que se inicia em janeiro. “Pega as propostas de campanha do Lula, encaixa com a realidade que estamos, passa para a equipe de gestão para que no dia 1º de janeiro o novo governo possa atuar”, detalha.
Aliel salienta a importância de a equipe de transição fazer um diagnóstico bem feito da situação de todas as áreas que envolvem o Governo Federal. “A partir de 1º de janeiro, recai toda a responsabilidade no novo governo. Como se assume um país desse tamanho sem ter todas as informações. A transição está prevista em lei e ela traz a obrigatoriedade de o atual governo passar a radiografia de como as coisas estão para essas equipes”, reforça.
A transição de governo, vale lembrar, ocorre em todas as esferas – municipal, estadual e federal – quando há alternância de poder e contribui, de certa forma, para a indicação de cargos de confiança: secretários, superintendentes, diretores ou ministros, a depender da esfera de governo. “A equipe escolhida de transição é a equipe de confiança do novo governo. Necessariamente, não tem uma ligação. Cabe ao presidente. Inclusive, ele pode escolher pessoas que não estejam nos grupos de transição, mas essa é uma dúvida que todos perguntam em Brasília, ninguém sabe ainda qual será a escolha pessoal e individual do presidente da República da equipe que ele vai nomear”, destaca o membro da equipe de transição.
Lula partiu para o Egito, onde participa da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2022 (COP27), sem ventilar nenhum nome que virá a compor os Ministérios. A expectativa é que as futuras nomeações sejam anunciados a partir de dezembro.
Questionado se aceitaria o convite para ocupar um Ministério, Aliel desconversa e diz que está focado em cumprir seu terceiro mandato na Câmara. “Ficarei em Brasília, dando uma força”, completa.
Aliel enfatiza que, apesar de manifestações ilegais daqueles que não aceitam o resultado de um processo democrático que elegeu o próximo presidente, o processo de transição de governo em Brasília tem transcorrido normalmente. “Temos uma realidade paralela no país, com um mundo que não existe. A transição está acontecendo porque o atual governo reconheceu a derrota. Está acontecendo porque o Bolsonaro nomeou o ministro-chefe da Casa Civil [Ciro Nogueira] dele para coordenar a transição por parte do atual governo. Está acontecendo, as instituições estão funcionando. Ainda bem”, afirma.
Confira a entrevista do deputado Aliel na íntegra: