A Câmara dos Deputados aprovou nessa quinta-feira, 9, o texto principal do Código Eleitoral com novas regras que diminuem a transparência e enfraquecem a fiscalização de partidos. O projeto impõe a censura ao proibir a divulgação de pesquisas eleitorais na véspera e no dia do pleito.
Os levantamentos apontaram tendências de crescimento e queda de candidatos nas últimas eleições. Casos como a vitória do governador Wilson Witzel (PSC), da virada de João Campos (PSB) sobre Marília Arraes (PT), no Recife, e a arrancada final de Romeu Zema para o governo de Minas Gerais foram apontados pelas pesquisas, como sinal da mudança no jogo eleitoral.
Um dia antes do segundo turno das eleições municipais, pesquisa Datafolha mostrou um empate no Recife entre João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), com 50%. Os dois concorriam à prefeitura da capital pernambucana. Durante toda a campanha, Marília esteve na frente do primo socialistas. Na reta final da campanha, os institutos começaram a mostrar um recuo da candidata e o avanço de João Campos. Os levantamentos registraram a mudança no cenário eleitoral da cidade, que culminou com a virada e eleição de Campos.
Candidato dos bolsonaristas nas eleições de 2018, o agora ex-governador do Rio Wilson Witzel passou toda a campanha com índices baixos de intenção de voto, abaixo dos 5%. Os resultados do primeiro turno das eleições surpreenderam no estado do Rio. Witzel obteve 41,28 % dos votos e Eduardo Paes (DEM), ex-prefeito da capital e que era apontado como favorito pelas pesquisas de inteção de votos, teve 19,56%. O segundo turno entre os candidatos só ficou definido na última semana da campanha, após Witzel, que é ex-juiz federal, ter registrado crescimento considerável nas pesquisas — ele apareceu com 17% das intenções de voto, empatado com Romário (Podemos), na pesquisa Datafolha de sábado. O levantamento na véspera da eleição mostrou o crescimento exponencial de Witzel, confirmado nas urnas.
Novo código
O projeto do novo Código Eleitoral consolida toda a legislação eleitoral e temas de resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em um único texto. A proposta trata de vários temas, como inelegibilidade, prestação de contas, pesquisas eleitorais, gastos de campanha, normatizações do TSE, acesso a recursos dos fundos partidário e de campanha, entre outros.
A Câmara dos Deputados vai prosseguir na próxima semana a votação do projeto de lei do novo Código Eleitoral (Projeto de Lei Complementar 112/21). Serão analisados os destaques apresentados pelos partidos na tentativa de mudar trechos do texto da relatora, deputada Margarete Coelho (PP-PI).
Informações IG com Agência Câmara de Notícias