A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu o inquérito que apura o uso de símbolos associados ao nazismo por um estudante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) durante uma cerimônia de colação de grau. Vinícius Krug de Souza, formando em Engenharia de Minas, foi indiciado por apologia ao nazismo. O caso foi encaminhado ao Poder Judiciário na última segunda-feira (7).

O episódio ocorreu em fevereiro, quando o estudante compareceu à solenidade com uma suástica desenhada no rosto. A investigação foi conduzida pela delegada Tatiana Bastos, que ouviu membros da administração da universidade, como o coordenador de Segurança da UFRGS e o vice-reitor que presidia a cerimônia, além de familiares e amigos do indiciado.

No depoimento à polícia, Krug alegou que a figura representava uma suástica hindu e afirmou ter escolhido o símbolo em razão de seu interesse pela cultura indiana. Contudo, segundo a Polícia Civil, os elementos analisados no inquérito indicam que a simbologia empregada remete a representações utilizadas por grupos extremistas, incluindo não apenas a suástica — tradicionalmente hindu, mas apropriada pelo regime nazista — como também outros desenhos comumente associados ao ideário neonazista.

Além disso, de acordo com os investigadores, a música escolhida por Krug para tocar durante sua formatura apresentaria referências que podem ser interpretadas como apologia ao regime nazista.

Equipamentos eletrônicos do estudante, como computadores e celulares, foram apreendidos e estão sendo submetidos à perícia técnica, de acordo com a CNN Brasil.

A prática de apologia ao nazismo é tipificada como crime no Brasil pela Lei 7.716/1989, que trata de crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. A pena prevista pode chegar a cinco anos de reclusão.

O processo segue agora para avaliação do Ministério Público e posterior análise judicial. A UFRGS ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.