Quinta-feira, 02 de Maio de 2024

Livros jogados no lixo por prefeita bolsonarista fazem parte de projeto vigente desde 2019

2024-04-19 às 08:22
Foto: Reprodução

Juliana Maciel, prefeita de Canoinhas, no estado de Santa Catarina, gravou e publicou um vídeo jogando livros do projeto Mundoteca no lixo, nesta quarta-feira (17). De acordo com ela, as obras teriam conteúdo sexual. Durante o vídeo, Maciel ainda ataca o Partido dos Trabalhadores. No entanto, o projeto que detém as obras não tem vínculo com o Governo Federal. Além disso, a ação acabou gerando repercussão nas redes sociais.

Em nota, a Secretaria de Comunicação (Secom) aponta que a Mundoteca é da iniciativa privada. O órgão também mostra que a gestão federal “não envia livros para escolas e espaços dos sistemas municipais e estaduais de educação sem que haja a devida solicitação dos materiais, realizada por gestores e educadores e escolhidos de maneira democrática nos conselhos de educação”.

“Peças de desinformação estão expondo o projeto Mundoteca, da FGM Produções, como sendo uma iniciativa do Governo Federal. Aprovado a captar recursos por meio da Lei de Incentivo Cultural em 2018, o projeto foi executado entre 2019 e 2023. Apesar de acessar uma política pública de incentivo, a Mundoteca não é uma ação do Governo Federal”, aponta a nota. Em complemento, o documento ressalta que o “Governo Federal não envia livros para escolas e espaços dos sistemas municipais e estaduais de educação sem que haja a devida solicitação dos materiais, realizada por gestores e educadores e escolhidos de maneira democrática nos conselhos de educação”

A Mundoteca também se pronunciou sobre o assunto: “Além das bibliotecas, oferecemos nas cidades uma formação de mediadores de leitura, palestra para professores e treinamento dos profissionais que serão responsáveis pela gestão do espaço. Em cada unidade, é previsto em contrato assinado com as prefeituras das cidades contempladas um período no qual a gestão do espaço é feita pelo projeto Mundoteca, com contratação de educadores sociais e acompanhamento pedagógico. Após esse período, a gestão, a biblioteca e todos os seus recursos passam à gestão das próprias prefeituras”.

De acordo com a nota, a unidade do projeto de onde se originou o factóide desinformativo era de gestão da própria prefeitura do município: “A unidade de Marcílio Dias, na cidade de Canoinhas, foi inaugurada no dia 19 de novembro de 2022 e gerida pelo projeto por um período de oito meses, como previsto em contrato, não tendo qualquer vínculo com a atual gestão do Governo Federal. Após esse período, o gerenciamento do espaço e de seu acervo foram entregues ao poder executivo municipal.”