Lideranças do PT afirmam estar confiantes de que o relator do PL Antifacção na Câmara, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), deve retirar os trechos mais polêmicos do projeto, abrindo caminho para a votação do texto. Para petistas ouvidos pela coluna, a “pressão social” teria força suficiente para levar Derrite a apresentar um relatório alinhado ao governo Lula.

Nas últimas 24 horas, integrantes do partido passaram a criticar publicamente pontos que, segundo eles, limitariam a atuação da Polícia Federal em operações contra o alto escalão de facções criminosas, o que poderia atingir inclusive autoridades e políticos. O secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira, comparou o texto à chamada PEC da Blindagem, classificando o relatório de Derrite como problemático.

Segundo informações do portal Metrópoles, um dos trechos mais contestados pela base governista exige autorização prévia dos governos estaduais para que a PF participe de determinadas operações, medida que parlamentares aliados querem ver retirada do projeto. Outro ponto considerado sensível é a equiparação das penas de crimes cometidos por facções às previstas para organizações terroristas.

O governo segue articulando para adiar a votação e ajustar o texto, enquanto lideranças petistas apostam em uma mudança de posição do relator.