Sábado, 27 de Julho de 2024

“Sempre estivemos do mesmo lado: do lado do povo brasileiro”, ressalta Alckmin sobre reaproximação com Lula

2022-09-08 às 10:34

Adversário de Lula em 2006, quando concorreu a presidente pelo PSDB, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB) é, agora, candidato a vice, ao lado de Lula. Durante muito tempo, o ex-tucano e o ex-presidente estiveram em extremidades opostas na política e, agora, se reuniram na coligação Brasil da Esperança, que congrega as federações Brasil da Esperança (PT/PC do B/PV) e PSOL-REDE e os partidos PSB, AGIR, AVANTE e PROS.

Alckmin falou sobre essa “mudança de postura” em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), desta quinta (8). Na verdade, segundo o candidato a vice de Lula, essa mudança é uma reaproximação.

Alckmin cita que, enquanto era estudante de Medicina, havia apenas dois partidos durante a Ditadura Militar, um pró-governo (Arena) e um de oposição (MDB). Nessa época, Alckmin era líder do Diretório Acadêmico da Faculdade de Medicina. “Eu estava na oposição, como Lula também. Todos éramos MDB”, diz.

Nas eleições para governador em São Paulo, em 1978, era possível usar sublegenda. Naquela ocasião, Alckmin apoiou Franco Montoro ao Senado, pelo MDB. Lula, por sua vez, apoiou Fernando Henrique Cardoso, também pelo MDB. “Estávamos do mesmo lado, do lado do povo brasileiro e contra o regime ditatorial. Depois, veio a Constituinte e eu me elejo. Continuei no MDB e o Lula criou o partido, o PT, e participamos da Constituinte, com o dr. Ulysses Guimarães, sempre do mesmo lado, do lado do povo brasileiro”, ressalta.

O médico ajudou a fundar o Partido Social Democrático Brasileiro (PSDB), em 1988, e a sigla passou a disputar eleições. Em 1989, Mário Covas, primeiro presidente do PSDB, apoiou Lula no 2º turno – em que Lula concorria contra Fernando Collor de Mello (PRN). Um ano antes, quando ainda integrava o PMDB, Covas recusou convite de Collor, então governador do Maranhão, para formar uma chapa para disputar a presidência, com Covas de candidato a presidente e Collor de vice.

Ainda em 1989, o PT em São Paulo, apoiou Mário Covas no segundo turno para governador. Covas só viria a se eleger cinco anos mais tarde, em 1994, tendo Alckmin como vice. Em 2000, o PSDB apoiou a então petista Marta Suplicy, durante o 2º turno, na disputa para a Prefeitura de São Paulo.

“Muitas vezes éramos os dois polos mais bem colocados. PSDB e PT e, por isso, disputamos inúmeras vezes. Mas nunca questionamos a democracia. Disputas legítimas, acirradas, cada um defendendo seu ponto de vista, mas sempre defendendo a democracia”, salienta.

Confira a entrevista na íntegra: