O Senado Federal definiu, em 17 de julho, os oito integrantes da comissão temporária encarregada de negociar com o Congresso dos Estados Unidos a respeito das novas tarifas de importação estabelecidas para produtos brasileiros. A medida visa responder à nova política do governo americano, que prevê a cobrança a partir de 1º de agosto e já preocupa diversos setores da economia nacional, especialmente os frigoríficos exportadores de carne bovina e segmentos agrícolas.
A comissão será liderada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE). Os membros titulares definidos são Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado; Tereza Cristina (PP-MS); e Fernando Farias (MDB-AL). Como suplentes, integram o grupo Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Esperidião Amin (PP-SC), Rogério Carvalho (PT-SE) e Carlos Viana (Podemos-MG).
O grupo partirá em missão oficial para Washington, com a viagem prevista para a última semana do recesso parlamentar, entre 29 e 31 de julho. Ainda não foi definida a composição exata da comitiva. O objetivo central é “construir uma ponte de diálogo” com os parlamentares norte-americanos para buscar saídas diplomáticas em um momento de dificuldades nos canais tradicionais da diplomacia, conforme explicou Nelsinho Trad.
A criação da comissão se deve a uma articulação entre a Presidência do Senado e a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, diante da urgência de fortalecer as relações bilaterais e minimizar os impactos negativos das novas barreiras tarifárias para a economia brasileira. Entre as missões do grupo estão a defesa dos interesses nacionais em temas como comércio exterior, investimentos, cadeias produtivas, agricultura e segurança jurídica.
O requerimento para criação da comissão (RQS 556/2025) foi apresentado por Nelsinho Trad e aprovado pelo Plenário. Segundo a nota oficial divulgada, a atuação está pautada pelo caráter suprapartidário, institucional e estratégico, com o foco em promover diálogo direto com o Legislativo dos EUA e fortalecer os laços entre os dois países.
A movimentação do Senado acontece enquanto diversas entidades de classe e lideranças do setor produtivo brasileiro intensificam o debate público para evitar prejuízos à competitividade dos produtos nacionais no mercado internacional. O posicionamento do Senado é visto como uma tentativa de reabrir canais políticos em um cenário de tensão comercial crescente.