“Somos um governo que respeita os povos indígenas, reconhece seus direitos e trabalha dia e noite, noite e dia, para que eles sejam assegurados. Não só respeitamos e reconhecemos, mas admiramos e amamos seus saberes e sua cultura”, destacou a ministra da Secretaria das Relações Institucionais do Brasil, Gleisi Hoffmann, em publicação no Instagram, na manhã deste sábado (5). A frase é um trecho do discurso do presidente Lula, em visita à região do Xingu, na sexta (4).
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A publicação foi motivada pela visita histórica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à região do Xingu, nesta sexta (4), em um gesto de retribuição ao cacique Raoni Metuktire por ter subido à rampa da Palácio do Planalto durante sua posse como presidente da República. Lula visitou pela primeira vez a Aldeia Piaraçu, na Terra Indígena Capoto-Jarina, no estado de Mato Grosso.
Na ocasião em que os dois trocaram homenagens por serviços prestados ao país, Lula reafirmou o compromisso do Governo Federal em garantir os direitos indígenas e preservar a cultura dos povos originários e seu modo de vida, por meio da demarcação de terras, desintrusões (retirada de invasores), diálogo, participação indígena na gestão pública e demais ações de reconstrução da política indigenista. O presidente esteve acompanhado de uma comitiva composta por diversas autoridades, entre elas a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana.
O cacique Raoni, uma das principais lideranças indígenas do Brasil considerado uma referência mundial, viu cumprido o pedido feito ao presidente de visitá-lo no território onde vive e ouvir as demandas não apenas de seu povo, como de toda a população indígena do país. “Falei com o presidente Lula sobre a importância dos povos indígenas preservarem sua cultura, sua língua e seu modo de vida. Eu sempre lutei desde jovem pelos direitos do nosso povo e pelas nossas terras. Peço que faça um trabalho que beneficie os povos indígenas”, solicitou o cacique, falando na língua de seu povo. Também discursaram o cacique Tapi Yawalapiti, da Terra Indígena Parque do Xingu e o cacique Waduwubatxi Kisedje, do povo Kisedje.
O presidente Lula reverenciou a importância do cacique Raoni como líder e referência mundial e falou do compromisso da atual gestão com os povos indígenas. “Somos um governo que respeita os povos indígenas, reconhece seus direitos e trabalha dia e noite, noite e dia, para que eles sejam assegurados. Não só respeitamos e reconhecemos, mas admiramos e amamos seus saberes e sua cultura”, discursou o presidente. Leia na íntegra.
Lula também reconheceu o papel dos povos indígenas para a preservação da floresta e para o enfrentamento à mudança do clima e descreveu o que viu do alto ao sobrevoar o território preservado. Também destacou que os povos indígenas são fundamentais para o Brasil atingir a meta de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030. “Sem a proteção dos povos indígenas, o cuidado com a floresta e os rios, a crise climática traria eventos ainda mais extremos – de secas a inundações – para toda a população brasileira, sem exceção. (…) Vocês [indígenas] nos ensinam a preservar e produzir. Tirar o sustento da terra sem destruí-la”.
Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, destacou os avanços na demarcação de terras, uma das prioridades da atual gestão do Governo Federal . “Com Lula, em apenas dois anos já ultrapassamos os 10 últimos anos de outras gestões em demarcação de terras indígenas, com 13 terras homologadas e 11 portarias declaratórias assinadas”, ressaltou a ministra se referindo às etapas dos processos de demarcação, os quais são instruídos pela Funai.
Sonia também falou do trabalho que tem sido feito em conjunto com a autarquia indigenista para o fortalecimento institucional da Funai e mencionou a importância da participação indígena na gestão pública. Segundo a ministra, com a ocupação de espaços de gestão no Ministério dos Povos Indígenas (MPI), na Funai e na Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), os povos indígenas estão dando a sua contribuição para o país, além de fazer com que as pessoas entendam o que é ser indígena e o papel dos territórios no equilíbrio climático.
Na cerimônia, o cacique Raoni Metuktire foi condecorado com a honraria Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito, maior condecoração do Estado brasileiro, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados em defesa dos direitos dos povos indígenas, da Floresta Amazônica e do meio ambiente.
O presidente Lula e a primeira-dama Janja Lula da Silva também foram homenageados pelas mãos de Raoni com um colar de conchas usado nas festividades do povo Kayapó, e com um cesto cargueiro, entregue por Kokonã Metyktire, filha do cacique. O cesto é feito de folhas de inajá e representa o trabalho das mulheres kayapó e o sustento da família, sendo utilizado pelas mulheres Kayapó para carregar itens essenciais como alimentos e lenha.
Além da presidenta da Funai e da ministra dos Povos Indígenas, a comitiva de autoridades foi composta pelas ministras Margareth Menezes (Cultura), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima); Macaé Evaristo (Direitos Humanos e da Cidadania); os ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária); Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar); o secretário de Saúde indígena, Ricardo Weibe Tapeba; e as deputadas federais Célia Xakriabá, Dandara Tonartzin e Juliana Cardoso.
Também prestigiaram a cerimônia a diretora de Proteção Territorial da Funai, Janete Carvalho; o coordenador regional da Funai em Noroeste do Mato Grosso, Marcelo Munduruku; o coordenador regional da Funai no Xingu, Ire Kayabi; e demais equipes da Assessoria Parlamentar e Ouvidoria da Funai.
O presidente Lula teve um breve momento com os servidores da Funai que atuam na região do Xingu. E também se reuniu com mais de 70 lideranças de vários povos e regiões do Xingu, além de visitar a casa de costura das mulheres xinguanas.
Com informações da Funai