Sexta-feira, 13 de Junho de 2025

Vítima relata sofrimento após soltura de motorista condenado por estupro; veja vídeo

Empresária diz viver à base de antidepressivos e critica decisão judicial que permitiu ao agressor recorrer da pena em liberdade
2025-06-11 às 16:38

A empresária Renata Coan Cudh, vítima de estupro cometido pelo motorista de aplicativo e lutador de MMA Edilson Florêncio da Conceição, conhecido como “Edilson Moicano”, revelou em entrevista e vídeos nas redes sociais que está vivendo “na base de antidepressivo” após a decisão da Justiça do Ceará de soltar o agressor, condenado a oito anos e dois meses de reclusão.

Edilson foi preso em flagrante no dia 19 de janeiro deste ano, após policiais militares flagrarem o crime em um matagal próximo a uma festa no bairro Edson Queiroz, em Fortaleza. Renata, que estava alcoolizada, foi sequestrada, violentada e estrangulada pelo motorista, que aplicou um golpe conhecido como “mata-leão” – provocando falta de ar e desmaio na vítima. No vídeo, ela relata: “Eu não tive chance nenhuma de defesa. Me lembro de cada segundo do ar faltando”.

Segundo o UOL, apesar da condenação por estupro de vulnerável e resistência à prisão, quatro dias depois da sentença, a juíza Adriana Aguiar Magalhães, da 5ª Vara Criminal de Fortaleza, concedeu ao réu o direito de recorrer em liberdade, alegando primariedade e bons antecedentes. A decisão gerou indignação e revolta na vítima, que afirmou não se sentir segura sabendo que o agressor está solto.

“O que a Justiça está falando para essas mulheres? Que a palavra delas não basta, que nenhuma confissão basta, que o agressor vai sair pela porta da frente”, questionou Renata. Ela destacou ainda que, mesmo tentando transparecer normalidade nas redes sociais, ela e sua família sofreram em silêncio nos últimos quatro meses, sobrevivendo dia após dia a esse pesadelo. O Ministério Público do Ceará informou que vai pedir a prisão preventiva de Edilson. A defesa do réu afirma que a decisão judicial respeita o devido processo legal e que a sentença pode ser revista por instâncias superiores.

Renata finaliza o vídeo pedindo ajuda para que o caso seja compartilhado e alertando outras mulheres sobre a violência de gênero: “Isso pode acontecer com a sua filha, com a sua mãe, com a sua esposa, com qualquer familiar seu ou qualquer mulher que seja próxima de você. Eu tô fazendo esse vídeo porque eu não vou me calar”.