Congregações Marianas são associações religiosas públicas que estão espalhadas por todo o mundo. São divididas em federações. No Brasil, existem desde 1584, agregadas à Congregação Prima Primária de Roma. Na Diocese de Ponta Grossa, a federação conta com oito congregações, em cinco cidades: Castro, Piraí do Sul, Ipiranga, Irati e Telêmaco Borba. No último domingo, 150 representantes das congregações diocesanas e também de Prudentópolis e Cascavel se reuniram na Capela Divino Espírito Santo, no Bairro Piraí-Mirim, em Piraí do Sul, para seu encontro anual. O bispo Dom Sergio Arthur Braschi celebrou a Santa Missa, abençoou e instituiu sete novos congregados.
O encontro iniciou com a celebração, às 10 horas, na capela, sede da Congregação Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião, em Piraí-Mirim, presidida pelo bispo e concelebrada pelo pároco da Paróquia Senhor Menino Deus, padre Thiago Ingenchki. Durante a celebração, foram instituídas sete pessoas como congregados definitivos e dois aspirantes. “A congregação existe aqui em Piraí-Mirim há bem mais de 50 anos. “Piraí-Mirim é a maior comunidade do interior, com cerca de 300 famílias. Todas católicas. Aqui, não existe gente de outra religião. Nos orgulhamos disso”, conta Francisco Machado Carneiro, o seo Tito, coordenador da capela e vice-presidente da congregação. Segundo o coordenador, antes da pandemia, os congregados se reuniam uma vez por ano. “Agora, conversando com um amigo de Castro, também congregado, sugeri que voltássemos a fazer o encontro e me ofereci, inclusive, para oferecer o almoço. O pessoal da Federação falou com o bispo e vieram para cá, no domingo. Foi uma missa muito bonita, muito linda. O povo se animou”, destaca.
No encontro, de acordo com Machado, estavam programados momentos de oração, de formação e de planejamento. As atividades encerraram às 17 horas. Entre os novos congregados estava um casal vindo de Cascavel. “Eles são de Piraí do Sul, mas foram morar em Cascavel. Iniciaram a caminhada de formação aqui, por isso vieram para cá para serem instituídos”, relata, citando que são três níveis de fita que os congregados recebem, em um processo que pode demorar dois anos. Em sua rotina, os congregados marianos se reúnem uma vez por mês para rezar o rosário, servindo também na igreja, nos trabalhos pastorais.
Pela Diocese, existem ainda as congregações Nossa Senhora do Rosário e São Luiz Gonzaga (Castro), Imaculada Conceição (Ipiranga), Imaculada Conceição e São Luiz Gonzaga (Irati), Nossa Senhora das Brotas (Piraí do Sul) e Nossa Senhora Aparecida e de Nossa Senhora de Fátima (Telêmaco Borba). Conforme Tito Machado, estima-se que sejam perto de 40 congregados em Telêmaco, aproximadamente 50 em Piraí-Mirim, mais 30 na cidade de Piraí do Sul e cerca de 20 em Ipiranga. Em setembro, dias 7,8 e 9, haverá um encontro das federações do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, em Telêmaco Borba. O encontro da federação paranaense de 2024 será em Cascavel.
História
As Congregações Marianas tiveram início em 1563, quando o jesuíta padre Jean Leunis começou, entre os alunos do Colégio Romano, em Roma, um sodalício cujos membros se distinguiam por uma vida cristã e mariana fervorosa e pela prática de diversas formas de apostolado. Enquanto as Congregações Marianas se espalhavam rapidamente pelo mundo, sobretudo nos Colégios da Companhia de Jesus, a Congregação Mariana do Colégio Romano foi erigida canonicamente, em 1584, pela Bula “Omnipotentis Dei”, do Papa Gregório XIII, com o título de Prima Primaria. A ela passaram a ser agregadas até 1967, as diversas Congregações de todas as partes do mundo.
No Brasil, as Congregações Marianas existiram no período colonial, sobretudo nos Colégios da Companhia de Jesus e praticamente desapareceram com a expulsão dos jesuítas, em 1759. Em 1870, foi fundada novamente uma Congregação Mariana, agregada à Prima Primária, em Itu, São Paulo, e, a partir de então, tiveram elas notável crescimento em todo o País, quer em paróquias ou em outros ambientes. Em 1927, iniciou-se o movimento federativo com a primeira Federação Estadual, em São Paulo. Em 1937, criou-se a Confederação Nacional com sede no Rio de Janeiro. Foi o Brasil, nesta época, o líder, em todo o mundo, no número e crescimento de Congregações e Congregados.
A denominação ‘congregação’ deve-se por ser uma associação pública de fiéis leigos, livremente unidos para viverem e crescerem na vida cristã, de acordo com uma Regra de Vida, e realizarem um trabalho apostólico em plena obediência e sintonia com a Autoridade Eclesiástica, em espírito de união e docilidade ao Magistério da Igreja. É ‘mariana’ porque seus membros a ela se vinculam por um compromisso público: a consagração a Nossa Senhora.
da assessoria