Sexta-feira, 19 de Abril de 2024

D’P Campos Gerais: Moacyr Fadel – Desenvolvimento é com ele!

2022-04-04 às 16:26

por Enrique Bayer

O município de Castro chega aos 318 anos de história registrando um crescimento sem precedentes. Avanços foram conquistados pelo prefeito Moacyr Fadel através de gestão eficiente, investimentos estratégicos e articulação nos âmbitos estadual e federal

Com um crescimento de 77% no Produto Interno Bruto (PIB) entre 2005 e 2012, Castro tornou-se o município que mais se desenvolveu entre todos os municípios com menos de 100 mil habitantes do Brasil. O número representa uma taxa anual de crescimento de 8,5%, enquanto a média nacional durante o mesmo período foi de 3,2%. Esse crescimento, conquistado à base de administração eficiente, investimentos estratégicos e articulação nos âmbitos estadual e federal, ocorreu durante as gestões do atual prefeito Moacyr Fadel e se refletiu principalmente em áreas como saúde, educação e infraestrutura. No comando da Prefeitura Municipal de 2004 a 2012 e de 2016 até o presente, Fadel fala, na entrevista a seguir, sobre as suas principais realizações, analisa a atual gestão e aponta os desafios para manter Castro na rota do desenvolvimento.

 

O senhor está na sua quarta gestão como prefeito de Castro. Como enxerga esse mandato em comparação com os três anteriores?

É difícil fazer uma avaliação, pois estamos vindo de um residual da pandemia. Mas o que me levou a ser candidato para um quarto mandato foi o compromisso de terminar o grande número de obras que iniciamos no primeiro mandato. Entre os municípios do Brasil com menos de 100 mil habitantes, Castro foi o que teve mais investimentos. O que me levou ao quarto mandato, então, foi a certeza de que tem muita coisa a ser feita e entregar as obras, que vamos entregar no aniversário da cidade [19 de março], como a rodoviária, o Caramuru, o Parque Lacustre e outras, que somam investimentos de quase R$ 200 milhões e que precisavam ser concluídas. Eu precisava continuar para que isso acontecesse.

 

O senhor já declarou que a Prefeitura tem uma boa quantidade de recursos em caixa. Como a sua gestão pretende investir esses recursos?

Nós pegamos a Prefeitura com um deficit de R$ 15 milhões. Hoje a Prefeitura tem R$ 70 milhões em conta, um recurso que será investido em saúde, educação e infraestrutura, especialmente no interior do município. A área urbana está quase 100% asfaltada. Nós pretendemos agora asfaltar o interior do município também.

 

O senhor assumiu o atual mandato no início deste ano. Já deu tempo para fazer alguma coisa que planejava?

A pavimentação foi um dos destaques. Nós concluímos quase R$ 100 milhões de investimentos em pavimentação. Também houve o investimento em pessoas. Nós construímos a Casa Pop, que serve de passagem para pessoas em situação de rua. Cito ainda a valorização do funcionalismo público, que receberá 20% de aumento, e dos professores, que estão recebendo o piso federal. Cito também as novas escolas, a compra de equipamentos, a merenda, que agora, a cada mês, abordará uma cultura diferente dentre as culturas que estão presentes no município. Assim, as crianças vão poder aprender sobre o país ou região, saber de onde aquela comida veio. Também destaco o investimento em saúde. Vamos inaugurar 20 postos, levando atendimento aos lugares mais distantes do município através de contêineres – uma inovação nossa –, que podem ser locados e colocados onde quisermos.

 

As suas quatro gestões se destacaram em três grandes áreas: saúde, infraestrutura e educação. Vamos por partes. Quais foram as principais realizações na área da saúde?

Nós temos um projeto que é único, que são os consultórios ambulantes. Qualquer cidade tem dificuldade para algumas licitações, às vezes por não ter a documentação de uma certa área. O que nós fizemos? Os consultórios ambulantes. Neles tem dentista, atendimento médico… E hoje eu posso pôr um desses consultórios aqui, em um terreno “emprestado”, e amanhã, se o proprietário quiser o terreno, eu coloco em outro, do lado. Ainda na saúde, nós temos que investir em especialidades, e é o que vamos fazer. Vamos contratar médicos através de um consórcio de especialidades e, quando o nosso munícipe tiver um problema nesse sentido, não precisará mais ir a Ponta Grossa.

Junto a isso, fizemos a reforma, ampliação ou cobertura em 100% dos postos de saúde do município. Então, onde não tinha estrutura, colocamos uma nova; onde não era nova, colocamos os contêineres; e, onde dava para reformar, foram todos reformados.

 

E na área da infraestrutura?

Nós pegamos o município com 46% da rede de saneamento básico. Estamos entregando com 96%. Pegamos o município com 50% de cobertura de asfalto, que estava, em sua grande maioria, ruim. Hoje, por onde você andar em Castro, a cidade está asfaltada. Não tem mais pó. Isso melhora a qualidade de vida das pessoas. Agora vamos lançar obras, que totalizam aproximadamente R$ 8 milhões, para asfalto na área rural da cidade.

 

E na área da educação?

Nós compramos material didático para as crianças, compramos uniformes, e agora estamos fazendo a alimentação com base nas culturas que estão presentes na cidade. Isso aumentou a adesão das crianças à escola. Nós sabemos que hoje, infelizmente, algumas crianças vão à escola para se alimentar, então proporcionar isso é gratificante. Além disso, nos Campos Gerais, Castro ficou com o primeiro lugar no Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica], alcançando a nossa meta três anos antes do que tínhamos proposto.

 

Como todos esses avanços foram possíveis?

Existem três tipos de políticos: o político que faz as coisas por vaidade; o político que entra na política para fazer negócio; e o político que faz as coisas por amor. Eu faço por amor. Por isso eu acho que as coisas dão certo.

Além disso, eu sou muito bem articulado em âmbito federal e estadual. Pelos meus anos de experiência, eu conheço a maioria dos ministros e deputados federais, conheço governadores. Isso dá um destaque político para Castro e faz com que as pessoas me respeitem em diversas instâncias governamentais, onde eu consigo obter recursos.

Além disso, nós fazemos uma gestão eficiente. Conseguimos economizar, em dois anos, R$ 78 milhões. A primeira razão para isso é o enxugamento da máquina pública. Pegamos a Prefeitura com 15 secretarias. Hoje ela tem oito. O segredo é comandar com braço firme e gastar o que é necessário, tentando fazer mais com menos. Depois mexemos na arrecadação. Nós contratamos uma empresa que está fiscalizando os nossos processos e que otimizou a arrecadação de impostos, como o IPTU e o ISS.

É importante também destacar o setor agro. Ele nos ajudou muito, e um dos impactos que ainda estão por vir é o da arrecadação de ICMS, daqui a dois anos. Também conseguimos mudar a nossa classe no FPM [Fundo de Participação dos Municípios] de 4.2 para 4.8. Isso aumentou a arrecadação a nível federal, de R$ 2 milhões por mês para R$ 4 milhões por mês. Melhorando esses índices, vem mais verba de outras instâncias e aí você consegue segurar o seu caixa. Esse é o segredo.

 

Pavimentação: Castro conta com área urbana quase 100% asfaltada

 

O senhor já falou sobre saúde, infraestrutura e educação. Que legado o senhor deixa em outras áreas, como economia e emprego, por exemplo?

Nós nos tornamos um município industrial. O que faltava em Castro para a geração de emprego? Indústrias. Todo candidato prometia industrializar o município e ninguém fazia nada. Quando nós entramos, eu fiz. E como vamos atrair indústrias se não temos um parque industrial, se não temos incentivo fiscal para que isso aconteça? Na primeira gestão, criamos um parque industrial, que hoje está tomado de indústrias. Na segunda gestão, a mesma coisa, e agora também. O importante é dar incentivo para as empresas de Castro e para as de fora se instalarem no município. Nós temos uma lei de isenção de impostos, temos terrenos bem localizados, à beira da rodovia, e temos o principal, que é o produto primário. Quais as empresas que eu vou querer trazer? Aquelas que agreguem valor ao meu produto primário. Se você faz isso com o leite, com o suíno, com o milho, o maior interessado, que é o produtor, vai ser mais bem remunerado. Não adianta trazer para cá uma fábrica de peças de motocicletas, por exemplo. Eu não agrego nada, pois não tenho mão de obra especializada. Quando você agrega valor ao setor primário, todo mundo ganha.

Outra coisa que nos falta é uma universidade. Nós estamos assinando um convênio agora com a UTFPR [Universidade Tecnológica Federal do Paraná] para trazer alguns cursos para cá. Esse também é um sonho meu.

 

O senhor já declarou que um governo só vale a pena quando trabalha para melhorar a vida das pessoas mais carentes. Nesse sentido, como as suas gestões ajudaram as pessoas mais pobres?

Ajudaram muito. Nós temos vários programas sociais. Nós criamos os Cras [Centros de Referência da Assistência Social], fizemos quase 900 moradias, asfaltamos todos os bairros, temos o programa Família Social, que auxilia famílias em estado de vulnerabilidade com R$ 200 por mês até que se estabilizem, e vamos reabrir o Restaurante Popular. O investimento em pessoas é a melhor obra que uma administração pode fazer. Quando você faz as coisas sem olhar a quem, elas acontecem naturalmente.

Reforma da Escola Municipal Professor Bernardo Litzinger: investimento em educação é uma das prioridades do governo Moacyr Fadel

 

O senhor veio do meio agropecuarista. Como as suas gestões colaboraram para o crescimento do setor agro em geral, tanto do grande quanto do pequeno produtor?

Nós damos suporte para o interior através, por exemplo, do projeto Casa sem Poeira, que vamos fazer agora, mantendo as estradas rurais em plenas condições, que é o que o produtor precisa. Pegamos a Prefeitura com uma patrola e agora ela tem 13. Foram quase 450 quilômetros de manutenção no ano passado. Para alguns produtores, especialmente os grandes, é só não atrapalhar que você já está ajudando.

Mas cabe destacar ainda três grandes projetos: um de implementação de estufas, um de desenvolvimento de piscicultura e o Porteira Adentro, que é um projeto para ajudar na manutenção – com terraplanagem, por exemplo – do interior das propriedades. Fizemos cerca de 700 atendimentos em seis meses. Você melhora o acesso às propriedades, faz um tanque de pesca, pode ajudar de várias formas.

Nós contratamos agora dois veterinários e dois agrônomos para dar assistência aos pequenos agricultores e melhorar a produção deles, incentivando eles a ficarem no campo, aproveitando o bom momento do agro.

 

Na sua visão, quais devem ser as prioridades de Castro nos próximos anos?

A geração de emprego é um desafio. Manter a infraestrutura é outro. Castro passou de 65 mil habitantes para 82 mil habitantes em dez anos. Também é necessário manter o investimento em saúde e moradia. Acredito que esses são os próximos desafios para uma cidade que está crescendo muito. Em especial, também, a segurança pública.

 

O senhor já falou que o sonho do seu pai era ser prefeito. Como acha que ele avaliaria o trabalho do filho como prefeito?

Eu me esforço muito para que ele faça uma boa avaliação de mim, mesmo estando no Céu. O principal motivo para eu estar na política hoje é ele. O meu pai era apaixonado pelo povo, fazia política por amor. Na época dele político não era remunerado. Ele foi quatro vezes o político mais bem votado de Castro. Quando se candidatou à Prefeitura e perdeu a eleição, ele ficou desgostoso da política. Na eleição seguinte, quando o momento era dele, não quis tentar. Isso traumatizou o meu pai e ficou na minha cabeça. Então eu faço de tudo para que ele se sinta orgulhoso, e, hoje, o nosso trabalho tem mais de 80% de aprovação da população.

 

O que o senhor aprendeu com o seu pai?

Eu aprendi a ter ter coração grande. Doar-se para as pessoas foi algo que me marcou muito no meu pai. Com isso, eu fui amadurecendo e aperfeiçoando a minha personalidade, sempre pensando no melhor para as pessoas. Isso eu aprendi com ele: caráter, fidelidade e honestidade.

 

Se tivesse que resumir o seu trabalho como político em uma palavra, qual seria?

Desenvolvimento. Existem duas Castros: uma antes e outra depois das nossas administrações.

Conteúdo publicado originalmente na Revista D’Ponta #289 Março/Abril de 2022.