Sexta-feira, 19 de Abril de 2024

Enfoque D’P: Orçamento da UEPG cresce 140%

2022-04-06 às 13:34
Foto: Divulgação/UEPG

Com uma gestão eficiente, de 2018 a 2021 a instituição ampliou o orçamento e executou praticamente 100% dos recursos, com investimentos no ensino, modernização administrativa e obras históricas concluídas

 O orçamento global da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) cresceu 140% nos últimos três anos e meio. Os dados financeiros divulgados pelo Pró-reitor de Assuntos Administrativos licenciado, Ivo Mottin Demiate, apontam que, somadas as fontes de ensino, recursos próprios, hospitais universitários e convênios, o orçamento institucional saltou de R$ 113 milhões, em 2018, para R$ 274 milhões, no último ano.

Entre as informações divulgadas em 21 de fevereiro último, a pedido dos membros do Conselho de Administração, a gestão atual da instituição destacou que 99,5% dos recursos foram executados. “Atuamos em todas as áreas para que a UEPG ficasse melhor para todos e para todas e também para que a UEPG tivesse um protagonismo no ensino superior público paranaense”, comemora o reitor Miguel Sanches Neto, licenciado do cargo desde o dia 8 de março de 2022.

A modernização administrativa otimizou recursos – materiais e humanos. O Diretor do Núcleo de Tecnologia da Informação da UEPG, Luiz Gustavo Barros, detalha que a implantação do Sistema Eletrônico de Informações (SEI), em 2019, agiliza processos e gera transparência, além da economia de mais de três toneladas de papel. Também foi realizada uma ampliação histórica na rede de internet, com investimentos de R$ 3,7 milhões em equipamentos, fibra óptica e antenas de rede sem fio. A aquisição do pacote Google Workspace for Education Plus permitiu armazenamento ilimitado de arquivos, ferramentas para aulas on-line, programas de edição de documentos, mensagens e videochamadas, tudo em uma só plataforma. Foram investidos R$ 140 mil na assinatura do pacote, o que foi decisivo durante o período de aulas remotas.

Uma série de investimentos garantiu segurança para os campi da UEPG. Vigilância, iluminação, manutenção e infraestrutura asseguram uma diminuição nos casos de assaltos e uma maior sensação de segurança. De acordo com o prefeito do Campus, Eduardo Pereira, um dos maiores desafios no início da nova gestão era a segurança do Campus Uvaranas, que recebe mais de 8,5 mil pessoas por dia. “Iniciamos uma série de ações para que o problema fosse resolvido com rapidez”, lembra.

258 câmeras com monitoramento 24h, iluminação led e base da Polícia Militar (foto) garantem segurança no Campus Uvaranas

São 258 câmeras com monitoramento 24h, iluminação led em todo o Campus, manutenção da jardinagem, veículos táticos para monitoramento de ocorrências e o atendimento via WhatsApp por meio do (42) 99912 0004. Além disso, a instalação de uma base da Polícia Militar ao lado do Portal trouxe uma parceria de inteligência entre PM e UEPG, aumentando a percepção de segurança no entorno. A partir da conquista de um edital da Copel, em breve, lâmpadas antigas serão trocadas por modelos de led, que geram economia de energia.

Na vanguarda entre as universidades estaduais do Paraná, a UEPG foi a primeira a ter uma Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), que acompanha a qualidade de vida dos acadêmicos e abre espaços de acolhimento e representatividade. Criada em 2019, a Prae foi responsável pela distribuição de 40 bolsas de permanência, 20 bolsas de tutoria, 82 bolsas de auxílio emergencial, 54 bolsas de auxílio a estudantes indígenas e 54 isenções no Restaurante Universitário. Além disso, entregou 310 equipamentos, como notebooks, tablets e celulares com dados móveis. A Pró-Reitora de Assuntos Estudantis, Ione Jovino, afirma que “a Prae trabalha para a ampliação de direitos e de expansão da política de assistência estudantil”.

UEPG é a primeira universidade do estado a ter uma Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, que acompanha a qualidade de vida dos acadêmicos

Uma gestão para ficar na história

O Museu Campos Gerais (MCG) foi, em 2019, revitalizado para se tornar mais moderno e atraente para visitação. Por meio do projeto ‘Memórias Digitais’, o MCG vai passar a contar com o maior acervo digitalizado do Paraná. No mesmo ano, a UEPG foi contemplada com R$ 10,5 milhões do Fundo Nacional de Defesa de Direitos Difusos, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, para restauro da sede histórica do Museu, maior investimento em restauro da história de Ponta Grossa. Em 2022, reforçando a sua vocação de pesquisa, o Museu passa a abrigar as atividades do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH).

Na cultura, o impacto da pandemia foi minimizado pela realização dos tradicionais Festivais de Teatro (Fenata) e da Canção (FUC) em formatos diferentes. Em 2020, o 48° Fenata: ‘A cena dramatúrgica brasileira’ premiou peças de autores e culminou na publicação de um livro. No ano seguinte, um formato híbrido inédito levou 539 pessoas ao teatro e outras 71 mil aos palcos digitais. O 33º Festival Universitário da Canção foi direcionado a músicos da região e contou com o Programa FUC Reverbera, espaço de trocas, aprendizado mútuo e co-criação que orientou os artistas sobre o mercado musical e fomentou a autogestão das carreiras artísticas. Foram distribuídos mais de R$ 162 mil em prêmios, através de serviços de aceleração das carreiras, além dos prêmios em dinheiro.

Instituição realizou edições inovadoras do Festival Nacional de Teatro e do Festival Universitário da Canção e revitalizou o Museu Campos Gerais (foto)

A gestão de Miguel Sanches Neto e sua equipe ficará marcada, ainda, pela parceria com o Operário Ferroviário Esporte Clube (OFEC), que investiu no Centro de Treinamento (CT) no Campus Uvaranas, recuperando uma área abandonada e trazendo projetos e oportunidades de aprendizado para alunos de Educação Física. A iniciativa é inédita: um CT de um grande clube ocupando um espaço de uma Universidade pública, unindo esporte e ensino.

 

            UEPG em obras

“Nenhuma obra parada.” A filosofia norteou as ações da gestão e garantiu a continuidade ou realização de cerca de 30 obras. “Levamos a sério a ideia de que nenhuma obra poderia ficar inconclusa. Algumas estavam paradas há dez anos. Entregamos ou estamos entregando todas as obras que estavam começadas. Além disso, iniciamos as ‘nossas’ obras e projetos”, destaca o reitor. Ivo Demiate acrescenta que a UEPG tem sido administrada de forma a movimentar os recursos. “Trabalhamos para que os valores não fiquem estagnados e beneficiem o maior número de pessoas da comunidade universitária”, observa.

Somente em obras, foram executados, entre 2018 e 2021, mais de R$ 7,5 milhões, desde a construção de grandes complexos até projetos menores, como a reforma de laboratórios, a pintura dos prédios e a instalação de equipamentos de ar-condicionado e multimídia nas salas de aula.

A construção do Centro de Convenções do Pax mobiliza atualmente cerca de R$ 3,4 milhões. “No momento, esta é a obra mais importante e de valor mais significativo da UEPG”, destaca o prefeito do Campus, Eduardo Pereira. Anexa ao Cine Teatro Pax, a estrutura tem três pisos, com mais de 4,4 mil metros quadrados e terá capacidade para 300 pessoas. Será o maior espaço para eventos acadêmicos dos Campos Gerais. A obra, que teve início em 2009 e passou por diversos entraves ao longo do tempo, foi retomada e será concluída pela atual gestão da Universidade. A previsão de entrega é para os próximos meses.

Em fase de conclusão, o Centro de Convenções do Pax será o maior espaço para eventos acadêmicos dos Campos Gerais

Os espaços multiusuários para desenvolvimento e fortalecimento de pesquisas científicas foram prioridade, segundo o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Giovani Favero. A gestão concluiu a obra do Complexo de Laboratórios Multiusuário (C-Labmu), Centro Multiusuário de Pesquisas Avançadas para Tecnologias do Agronegócio (CTAgro), Centro Tecnológico de Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais (Cetep) e prevê para abril de 2022 a conclusão do Laboratório de Integração Tecnológica em Ciências Humanas e Sociais (Litec). São quatro importantes espaços de pesquisa, três dos quais eram obras que estavam paradas em gestões anteriores da Universidade.

 

            Presencial, com mais estrutura

Para o retorno presencial, em 2022, a Proad entregou 111 equipamentos didáticos para 11 departamentos, um investimento aproximado de R$ 310 mil. Além dos equipamentos, R$ 346 mil foram investidos em ar-condicionado na Central de Salas. “Nesse momento existe muita expectativa de todos os setores, por isso que precisamos dar as condições para que o retorno aconteça da melhor maneira possível”, destaca o pró-reitor de Graduação, Carlos Willians Jaques Morais. “Por essa razão, oferecer melhores condições e equipamentos para as aulas foi uma prioridade”, acrescenta.

No Campus Centro, a troca de todas as esquadrias externas e a pintura do prédio (investimento de R$ 1,6 milhão) se somam à reforma do estacionamento (R$ 239 mil). No Campus Uvaranas, o portal de entrada foi revitalizado, com novos painéis, pintura, iluminação em led e a colocação da nova marca da UEPG. 54,8 mil metros quadrados foram recapeados, um investimento de R$ 4,8 milhões em recursos próprios e R$ 2 milhões da Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seil-PR).

A pró-reitora de Planejamento, Andrea Tedesco, lembra que o tráfego de veículos e a passagem de uma linha de ônibus urbano afetou a pavimentação, com o passar dos anos. “Assim, a pavimentação, que estava deteriorada, motivou a licitação para recuperação da pavimentação asfáltica”, explica. A obra foi realizada em tempo recorde, durante a pandemia, de dezembro de 2020 a maio de 2021.

Mais estrutura: ar-condicionado nas salas, reforma do estacionamento no Campus Centro e recapeamento do asfalto no Campus Uvaranas 

 

            Saúde para os Campos Gerais

Antes, durante e depois da pandemia de COVID-19, a saúde esteve em evidência. Através dos Hospitais Universitários e dos projetos de atendimento à comunidade, como o Laboratório Universitário de Análises Clínicas e a Farmácia Escola, a UEPG atende, todos os anos, milhões de pessoas.

No Hospital Universitário, uma nova ala prevista inicialmente para abrigar a Maternidade hoje é utilizada para leitos de UTI e para o Ambulatório Materno-Infantil, que atendeu, em um ano de funcionamento, cerca de 10 mil gestantes e crianças de 34 cidades. A obra em dois pavimentos tem cerca de 1.300 metros quadrados e custou R$ 4 milhões, destinados pelo deputado federal Aliel Machado.

A Casa da Acolhida chama a atenção já na entrada do Hospital Universitário. O espaço é voltado para pacientes de fora de Ponta Grossa, que vêm para o HU para realizar consultas e aguardam retorno para suas cidades de origem. A obra, que custou aproximadamente R$ 460 mil, foi viabilizada pela Associação Abrace o HU, com recursos da Justiça Federal, por intermédio do juiz federal Antônio César Bochenek, e do Ministério Público, por meio do procurador Osvaldo Sovek. Cerca de 40 pessoas poderão ser acomodadas por dia e 1,2 mil por mês, assim que se finalize a colocação de mobília e eletrodomésticos. A entrega está prevista para março de 2022.

Usada como Ambulatório Materno-Infantil, nova ala do Hospital Universitário atendeu cerca de 10 mil gestantes e crianças de 34 cidades em um ano

Outra grande mudança na Universidade foi a incorporação do Hospital Universitário Materno-Infantil (Humai), antigo Hospital da Criança. Inicialmente, o convênio transferia os serviços de maternidade e pediatria do HU, para liberar espaço para novos leitos de COVID-19. Em setembro de 2021, aconteceu a incorporação definitiva do Humai à UEPG, ampliando programas de Residência Médica e Multiprofissional e abrindo especialidades de alta complexidade que atendem a 28 municípios, com cerca de R$ 1,1 milhão de habitantes.

A demanda por saúde mental devido à pandemia levou à criação do Ambulatório de Saúde Integrativa, iniciativa inovadora no cenário brasileiro. O espaço promove o autocuidado e bem-estar integral, através de atendimentos psicológicos, rodas de terapia comunitária integrativa e terapias complementares, com recursos terapêuticos comprovados cientificamente, que têm foco especial no cuidado em saúde mental de servidores, professores e estudantes. O Ambulatório Multiprofissional de Reabilitação também surgiu de uma demanda da COVID-19. O projeto é pioneiro no Brasil e une os atendimentos multiprofissionais de reabilitação a práticas de ensino, pesquisa e extensão.

Miguel Sanches Neto: “Atuamos em todas as áreas para que a UEPG ficasse melhor para todos e todas”

            Ontem e amanhã

As mudanças são resultado da maior representatividade da UEPG junto a órgãos mantenedores. “Durante esses pouco mais de três anos, fizemos uma mudança profunda na administração da UEPG”, pontua o reitor licenciado Miguel Sanches Neto. “Modificamos práticas, assumimos protagonismos. Fizemos o maior investimento, em termos de orçamento, que a Universidade já teve”, conclui.

 

Conteúdo publicado originalmente na Revista D’Ponta #289 Março/Abril de 2022.