A Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG) enviou um ofício ao Governo do Estado na última terça-feira (4) para solicitar apoio com relação ao reparo de estradas que foram danificadas por conta das intensas chuvas recentes. O documento assinado pela presidente da AMCG e prefeita de Imbaú, Dayane Sovinski, solicita que o Estado verifique a possibilidade de negociar a liberação de fresado asfáltico junto à concessionária responsável pelo material, a fim de auxiliar os municípios no processo de manutenção das vias. A medida seria uma exceção, uma vez que o uso de fresado por parte da concessionária está previsto em contrato.
Em um trecho do ofício enviado à Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística, a entidade reforça a preocupação frente ao cenário existente nos municípios. “As fortes precipitações têm causado danos significativos à infraestrutura viária, impactando diretamente a mobilidade urbana e rural, bem como o escoamento da produção agrícola e o transporte da população. Diante desse cenário crítico, muitas estradas municipais encontram-se em estado precário, com trechos intransitáveis, comprometendo a segurança e a trafegabilidade”, destaca.
A presidente da Associação fez uma avaliação dos prejuízos causados pelas chuvas e falou sobre a importância da união entre as prefeituras em momentos como este. “É uma situação grave, que está acontecendo em muitas cidades dos Campos Gerais e também em outras regiões. Conhecemos a realidade dos nossos municípios e sabemos o desafio constante que é o reparo das estradas. É um tema que afeta diretamente a nossa população, visto que há um prejuízo no escoamento do setor produtivo e, já nesta semana, também teremos o retorno das aulas. Após um diálogo com os demais prefeitos, observamos a necessidade de solicitar esse apoio. Juntos, esperamos obter esse suporte junto ao Estado, que seria fundamental”, apontou.
Alternativas
Como alternativa emergencial para minimizar os danos e possibilitar a recuperação de pontos mais críticos, a AMCG solicita que o Governo do Estado tente, junto à concessionária, a liberação do uso de fresado asfáltico para que os municípios possam utilizá-lo na manutenção e reparo dessas vias. “Entendemos que o fresado é um material de grande importância para a melhoria da malha viária, proporcionando uma solução temporária eficaz e de baixo custo. No entanto, fomos informados de que as empresas responsáveis pela concessão das rodovias não estão autorizando a liberação desse insumo, o que inviabiliza a rápida resposta às necessidades emergenciais dos municípios”, diz outro trecho do documento.
Impacto nos municípios
Já no fim do mês de janeiro, o município de Tibagi decretou estado de emergência devido ao impacto causado pelas enxurradas. De acordo com o prefeito de Tibagi e tesoureiro da AMCG, Rildo Leonardi, a situação é preocupante. “Estamos passando por um momento de dificuldade em Tibagi, em relação às estradas rurais. Somos um dos municípios com maior extensão do Paraná, então existe uma demanda significativa. O decreto de emergência foi necessário para acelerar as ações de recuperação da infraestrutura. Também tivemos pontes que foram levadas pelas chuvas, estragos em bueiros, e outras situações”, explica.
O prefeito de Piraí do Sul, Henrique Carneiro, se posicionou sobre as dificuldades enfrentadas, especialmente no interior. “O pessoal sabe que a situação está complicada, principalmente nas áreas rurais. A previsão é de mais chuva e, infelizmente, muitas estradas já estão em estado crítico. São cerca de 800 km de trechos bem preocupantes, e o material que temos hoje não está dando conta do recado. Nossos produtores rurais precisam escoar a produção, e, para isso, contar com um apoio extra faz toda a diferença. Estamos correndo atrás disso”, destaca.
De acordo com o prefeito de Jaguariaíva, Juca Sloboda, o município também passa por dificuldades. “Em Jaguariaíva, também estamos sofrendo com esse impacto estrutural por conta das chuvas. Ter o apoio do Governo do Estado com relação à liberação desse material seria muito importante não só para nós, como para as demais cidades, agilizando os processos de manutenção das estradas”, aponta.
A prefeita de Carambeí, Elisangela Pedroso, também se manifestou a respeito do cenário observado no município. “A questão das chuvas está preocupando muito não só Carambeí, mas também todos os outros que estão sendo afetados. Os produtores estão retirando suas safras e também teremos o início das aulas na rede pública. Por isso, precisamos estar com as estradas em dia. Porém, é um trabalho realizado quase que em vão, por conta da continuidade das chuvas. Hoje, o custo está bem elevado por conta do desgaste de maquinário, óleo diesel e também de materiais. Temos mais de 600 km de estradas rurais. Será muito importante contar com esse apoio do Estado”, avalia.
da assessoria