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Assessoria

A música e as flautas andinas fazem parte da cultura inca e agora também integram o cotidiano de estudantes dos Campos Gerais. Idealizado pelo músico e professor Luís Javier Paredes Reategui, o projeto ‘Flautas ancestrais indígenas: resgate e valorização’, permite que os estudantes entrem em contato com a cultura inca através de apresentações musicais e oficinas para confecção de panflute, como são conhecidas as flautas tradicionais andinas. Nesta terça-feira (2), a iniciativa esteve no Colégio Estadual Professora Julia Wanderley, em Carambeí; e, na segunda-feira (1), passou pela Escola Municipal Professora Maria Elvira Justus Schimidt, no distrito de Guaragi, em Ponta Grossa. O projeto é viabilizado pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná através de recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura do Ministério da Cultura (Governo Federal) e conta com a produção executiva da Dali Projetos Criativos e da ABC Projetos Culturais.
Para o professor Carlos Alberto Rodrigues de Souza, do Colégio Estadual Professora Júlia Wanderley, ter contato com a cultura inca e com elementos musicais como as flautas andinas é extremamente enriquecedor para os alunos. “Muitas vezes, trabalhamos em sala de aula conteúdos que ficam apenas no campo teórico, e experiências como essa aproximam os estudantes de realidades culturais diversas, despertando curiosidade, respeito e sensibilidade. Além disso, conhecer manifestações culturais diferentes amplia a visão de mundo, fortalece a identidade latino-americana e ajuda os jovens a compreenderem que a diversidade cultural é um patrimônio valioso”, enfatiza.
Ele acrescenta que a presença de projetos culturais na escola é fundamental para fortalecer o aprendizado dos alunos. “Eles complementam o trabalho pedagógico, tornam o ambiente escolar mais dinâmico e estimulam os alunos por meio de vivências práticas. Quando a escola abre espaço para iniciativas como essa, ela reconhece a cultura como elemento essencial da formação humana. Além disso, esses projetos contribuem para desenvolver habilidades socioemocionais, promovem inclusão e tornam o processo de aprendizagem mais significativo”, destaca.
Confecção de panflute
Javier é natural do Peru e explica que a panflute é um instrumento tradicional inca formado por um conjunto de tubos fechados, ligados uns aos outros lado a lado. Ele comenta que um dos diferenciais do projeto é permitir que os alunos aprendam a confeccionar as suas próprias flautas durante as oficinas. “Por mais que pareça algo simples ou pequeno, é dessa forma que a gente recebe as nossas tradições e transmite o nosso legado cultural. Primeiro, a gente aprende a confeccionar os instrumentos e, logo depois, ensinam a gente a tocar as flautas da mesma forma como eu estou fazendo através das oficinas. Então, eu estou oportunizando para os alunos um pouco da nossa vivência cultural de forma direta”, argumenta.
Além de compartilhar a cultura andina e deixar um legado para os estudantes, o projeto também tem como objetivo desconstruir essa ideia de que os povos indígenas são um grupo e que todos têm os mesmos costumes. “Essa interação faz com que os alunos percebam que existem outras nações e que cada etnia tem sua própria tradição, sua própria cultura e suas próprias crenças. Acredito que a partir das nossas apresentações e oficinas, o olhar deles para com esses povos vai ser totalmente diferente e marcar muito na vida deles de forma positiva”, afirma.
Ao todo, o projeto vai percorrer escolas públicas de dez municípios dos Campos Gerais com palestras sobre os instrumentos tradicionais indígenas, apresentações de músicas folclóricas e oficinas para confecção da panflute. As ações educativas acontecerão nos municípios de Ipiranga, Ivaí, Tibagi, Piraí do Sul, Palmeira, Porto Amazonas, São João do Triunfo, Castro, Ponta Grossa e Carambeí.