Sábado, 27 de Julho de 2024

“Sou um nome novo, tenho vontade, disponibilidade e conhecimento”, destaca Keyla Ávila, candidata a deputada federal

2022-09-08 às 16:07

A candidata a deputada federal Keyla Ávila (PP) explanou sua plataforma de campanha durante o programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), desta quinta (8).

“Sou um nome novo, tenho vontade, disponibilidade e conhecimento para isso. Gosto muito de estudar e podia muito bem ficar em casa, mas não consigo fazer esse papel”, afirma a empresária Keyla Ávila, sobre o desafio de deixar a estabilidade da carreira para se lançar ao pleito.

Bolsonarista ferrenha, a empresária ponta-grossense, nascida no bairro de Oficinas, explica o motivo de ter decidido ingressar numa disputa política diretamente para deputada federal, sem antes passar pela experiência local da vereança ou estadual, na Assembleia. “Em 2018, saí às ruas em busca de mudanças. Não luto por um político, mas por mudanças e eu enxergava que a mudança era Jair Messias Bolsonaro. Em 2020, fui convidada a ser presidente do partido Patriota. Na época, era, sim, para sair candidata à vereança e existia a possibilidade de ser a vice do Pauliki, e todo um processo que estava sendo feito, mas eu montei uma chapa, uma legenda, e não achei correto, justamente por ter uma gama de conhecimento, com meus candidatos, então optei em não sair”, justifica.

Em 2018, ela foi procurada pelo ex-deputado Evandro Roman e pelo presidente do PP Ricardo Barros e pela ex-governadora Cida Borghetti para se filiar ao Progressistas. “Estou muito satisfeita. É um partido família, que te dá estrutura, extremamente organizado e onde estão as lideranças de governo”, avalia.

Keyla alega ter sido convidada por sete partidos, mas os outros seis a queriam na esfera estadual. Ela optou pelo PP justamente por já ter exercido um trabalho anterior em Brasília e por conhecer os Ministérios. “Não adianta ir para a praça, brigar em manifestações e estar nas pistas com os caminhoneiros, como eu já fiz, se você tem a oportunidade e não sai para lutar realmente por aquilo que você acredita e tem como objetivo”, afirma.

“Buscar a emancipação psicológica e financeira da mulher é o mais necessário”, avalia a candidata, ao ser questionada se o fato de ser mulher na política a limita ou a beneficia. Keyla opina que cada mulher tem seu momento de conquistar o que precisa e que não devem ser reservadas cotas de participação nos partidos – ou seja, participar por iniciativa, não por reserva de vaga.

Formada em Economia, Keyla declara que sempre estudou a política e que analisa as estatísticas de eleições anteriores para entender o comportamento dos candidatos, que tem buscado votos fora de seus domicílios eleitorais. Ela aponta para o fato de que houve cerca de 70 mil abstenções somente em Ponta Grossa nas eleições de 2018, o que corresponde a um número de votos que seria suficiente para eleger um deputado federal. “E 90 mil votaram em candidatos que nunca botaram o pé em Ponta Grossa ou região, trazendo qualquer tipo de benefício, mesmo quando falamos das bancadas. São nomes que, se as pessoas forem estudar, nunca fizeram nada para agregar”, critica.

“Eu sou bolsonarista, eu sou direitista, mas eu sou uma pessoa que respeita, tenho a palavra ‘respeito’ comigo muito forte. Um deputado federal não é nem de direita, nem de esquerda, nem de bandeira, nem de partido, é um deputado pelo povo e para o povo. Não vou desrespeitar qualquer pessoa que discorde das minhas ideologias”, argumenta.

Maior do que trazer emendas parlamentares, o papel do deputado federal, segundo Keyla, é de fiscalizar. “Não adianta trazer verbas, se você não vai fiscalizar onde vai ser empregado esse dinheiro”, sugere. Keyla opina que não adianta assegurar emendas para estrutura e não equipar essa estrutura e auxiliar na manutenção e mão de obra. “Como temos, hoje, infelizmente, dentro da nossa universidade: temos a construção, mas é uma universidade que está sucateada”, critica.

Ela menciona que, na campanha de 2020, fez oposição à prefeita Elizabeth Schmidt e que é bastante cobrada pela população a respeito. Keyla afirma que a campanha terminou quando Elizabeth se elegeu e que, ao ser cobrada se vai manter essa posição crítica à gestão, ela opina que só pode “bater” se puder oferecer uma solução, uma resposta ao problema. “Se eu tiver condições de ser eleita, quero dar a mão à prefeita, seja de qual cidade for, para fazer acontecer”, diz.

A candidata opina que a maior dificuldade hoje são os projetos, pois existem recursos disponíveis e os municípios não os tem buscado. Um dos exemplos que ela cita é o de um projeto de esportes para autistas, que é uma demanda que tem sido bastante solicitada em Ponta Grossa. “Elas sentem que não estão sendo atendidas, mas existe o projeto, que está à disposição para os municípios e não é buscado, dentro do Ministério da Cidadania”, diz.

Além desse, ela menciona outros projetos, de outras pastas do governo federal, cujos recursos não chegam aos municípios por falta de iniciativa dos prefeitos. “Os Ministérios estão abarrotados de recursos, faltam projetos para executar”, acrescenta.

Vacinação

Por ser bolsonarista convicta, a candidata acaba sendo questionada sobre um dos pontos mais polêmicos da administração do presidente: o que tange à vacinação contra o covid. Keyla defende que exista “livre arbítrio” para que as pessoas decidam se imunizar ou não, ainda que alegue que ela mesma tomou duas doses e que a mãe dela também decidiu se vacinar.

Keyla atribui a uma “consequência da vacinação” o fato de a mãe ter sofrido um AVC no ano passado e ter sintomas do Alzheimer, com os quais, como filha única, ela precisa lidar hoje em dia, em paralelo à campanha eleitoral e às atividades empresariais.

Ela reconhece que o Brasil é uma referência em imunização em massa e na erradicação de doenças através da doença, mas opina que a vacinação contra a covid começou “sem estudos”. “Não é nem o covid que mata, é o que o covid gerou no organismo da pessoa e que acabou, em consequência, tendo mortes. Não vi em nenhum momento o Bolsonaro dizer ‘não tome a vacina’. Ele optou não tomar e isso é problema dele, assim como a Michelle Bolsonaro tomou, alguns dos filhos deles tomaram. Isso é uma opção de livre arbítrio. Não sou contra a vacina, mas acho que isso cabe a cada pessoa”, opina.

Confira a entrevista da candidata Keyla Ávila na íntegra: