Sábado, 21 de Junho de 2025

Coluna Draft: ‘Adolescentes e celular: um jogo perigoso!’, por Edgar Talevi

2022-09-21 às 10:45
Foto: Freepik

Quando o vício entra em campo, acaba o jogo. Ao menos deveria ser esse o resultado da equação. Mas a realidade que envolve muitos adolescentes e o uso exacerbado do celular tornou-se um problema de saúde pública.

NOMOFOBIA – esse é o nome dado ao medo irracional de ficar sem o seu telefone celular ou ser incapaz de usar o telefone por algum motivo, como a ausência de um sinal ou carga de bateria. A crise é tão grave que vem ganhando dimensões alarmantes entre o público jovem e adolescente.

De acordo com a psicóloga especialista em infância e adolescência, Ariádny Abbud, todas as faixas etárias sofrem com a exposição de telas, mas, de modo geral, a adolescência se apresenta como um fator de risco maior.

Um estudo britânico realizado por pesquisadores do King’s College de Londres afirma que, quando privados do uso de celular, 1 em cada 4 jovens fica em “pânico” ou “chateado”. Isso revela a alta incidência do vício em celular entre esse público.

O levantamento analisou 41 estudos envolvendo 42 mil jovens sobre o “uso problemático em smartphones” e constatou que 23% tinham comportamento classificável como vício ou ansiedade por não poder usar o telefone, nem poder moderar o tempo gasto com tecnologia.

Cientistas da Universidade da Coreia, em Seul, identificaram que a vida dos adolescentes e jovens viciados em celular não é nada fácil. Segundo o levantamento, existe um desequilíbrio químico no cérebro dos acometidos pela Nomofobia. Tal evidência se deu com o uso de espectroscopia por ressonância magnética (MRS, na sigla em inglês). MRS é o tipo de ressonância que mede a composição química do cérebro.

Sendo assim, usuários viciados em celular sofrem mais de ansiedade e depressão, causando diversos problemas emocionais e transtornos na vida pessoal.

Ademais, a Pandemia agravou os casos de vício em celular, haja vista o isolamento social e a necessidade de se ter aulas ministradas virtualmente.

Não obstante, neste cenário angustiante, existem algumas formas de se equilibrar o uso do celular e procurar alternativas. Mas certamente proibir o uso está fora de questão, pois se trata de uma geração nativa digital.

Segundo a psicóloga Ariádny Abbud, a negociação entre pais e filhos sobre quanto tempo usar o celular e em que momento do dia utilizar faz toda a diferença.

Além disso, ter cautela para com os conteúdos acessados pelos adolescentes é de vital importância. Não se trata de mera fiscalização, mas de orientação e reflexão crítica.

Orientar os adolescentes que se pode obter lazer, mas, ao mesmo tempo, agradáveis momentos de leitura de textos opinativos, literatura e atualidades é primacial para que o uso do celular seja regrado e correto.

No entanto, uma coisa é certa: os celulares chegaram para ficar. Eles são o momento e a realidade que aproxima o mundo de espectadores e espectadores do mundo e, nesta jornada, ninguém poderá ficar de fora. Entretanto, quando se chegar ao ponto em que laços maiores de saúde emocional forem abalados – GAME OVER!

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o posicionamento do portal D’Ponta News.

Coluna Draft

por Edgar Talevi

Edgar Talevi de Oliveira é licenciado em Letras pela UEPG. Pós-graduado em Linguística, Neuropedagogia e Educação Especial. Bacharel e Mestre em Teologia. Atualmente Professor do Quadro Próprio do Magistério da Rede Pública do Paraná, na disciplina de Língua Portuguesa. Começou carreira como docente em Produção de texto e Gramática, em 2005, em diversos cursos pré-vestibulares da região, bem como possui experiência em docência no Ensino Superior em instituições privadas de Ensino de Ponta Grossa. É revisor de textos e autor do livro “Domine a Língua – o novo acordo ortográfico de um jeito simples”, em parceria com o professor Pablo Alex Laroca Gomes. Também autor do livro "Sintaxe à Vontade: crônicas sobre a Língua Portuguesa". Membro da Academia Ponta-grossense de Letras e Artes. Ao longo de sua carreira no magistério, coordenou inúmeros projetos pedagógicos, tais como Júri Simulado, Semana Literária dentre outros. Como articulista, teve seus textos publicados em jornais impressos e eletrônicos, sempre com posicionamentos relevantes e de caráter democrático, prezando pela ética, pluralidade de ideias e valores republicanos.