Em política, calar, às vezes, é melhor do que falar. Sigmund Freud, cuja capacidade intelectual jamais foi questionada, seja por seguidores ou opositores, disse: ‘O homem é dono do que cala e escravo do que fala. Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo!’ À noção de certo e errado, até mesmo do ‘timing’ da fala chamamos sensatez.
Pois bem! Messias, o Jair Bolsonaro, em reunião com embaixadores na segunda (18), evidenciou clara falta de perspectiva político-eleitoral ao criticar, mais uma vez sem provas, as urnas eletrônicas e pôr em xeque, portanto, as instituições democráticas brasileiras. Fruto disso é o desânimo de sua equipe de campanha ao deflagrar cenas de uma derrota que insiste em rondar o Palácio do Planalto através da fuga da realidade ao plano de contingência máximo: Haverá golpe?!
Ao falar a correligionários cada um pode e deve usar seus termos e jargões, mas no tabuleiro eleitoral, pouco tempo antes de uma eleição à Presidência da República, agradar aos mesmos soa caricato em demasia e não resolve nada. Explico: se algo é inamovível nas eleições de outubro são os votos cristalizados em Lula ou Bolsonaro, ou seja, quem é Lula jamais votaria em Bolsonaro, sendo a recíproca verdadeira. A quem recorrer, neste caso? Aos votos úteis da terceira via e aos indecisos, pois serão esses votos, no final, que decidirão o pleito.
Jair Bolsonaro posa de Messias a públicos cada vez maiores, mas pouco interessados em saber como o voto vai ser processado. Isso é coisa superada e ponto passivo desde que o Congresso Nacional derrubou a tal ‘auditoria’ dos votos impressos.
Sendo assim, seria melhor encontrar uma quarta via que não está à esquerda nem à direita, mas ao centro das atenções: a inflação, o desemprego e a falta de comida no prato. Caso não dê atenção aos boatos das últimas pesquisas de intenção de votos a Presidente da República, o Messias cairá no conto do vigário e morderá a própria isca com uma derrota acachapante.
Em tempo, a respeito de se calar como sinônimo de sensatez, outro Messias, aquele mesmo – dos Cristãos -, disse, no evangelho segundo relata Mateus 12:30: “Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha!” Agora, vão e convençam Bolsonaro sobre as palavras do verdadeiro Messias.