Cada vez mais importante e presente em nossa sociedade, a educação virtual encontra espaço na mobilização de escolas públicas e privadas em todas as modalidades. Mas, afinal, como se grafa corretamente o sintagma? Educação à distância ou a distância? Com ou sem acento indicativo de crase?
A dúvida não poderá ser abolida facilmente, até porque os gramáticos não são unânimes em suas explicações. Os especialistas menos tradicionais defendem o uso do acento indicativo de crase todas as vezes em que a expressão aparece, justamente para que se evite ambiguidade.
Por outro lado, os “puristas”, gramáticos tradicionais, preferem a explicação de que a palavra “distância” vem acompanhada do artigo “a”, sem que haja preposição. Deste modo, não ocorre crase. Para eles, a regra é lançar mão do uso do acento indicativo de crase na expressão apenas quando o termo “distância” for evidenciada, como nos exemplos a seguir:
– A loja ficava à distância de 100 metros da farmácia;
– Este apartamento é de maior valor por estar à distância de 200 metros do lago.
Como vimos, não há unanimidade quando o assunto é linguagem, mas ainda assim devemos considerar algumas gafes a serem evitadas, tais como o mau uso dos termos “paralisação” e “paralização”.
Aqui, não há segredo. O correto a ser usado é “paralisação”, com “s”, pois “paralização”, com “z”, em Língua Portuguesa, não existe.
Cuidado! Sem que prestemos atenção às inúmeras contingências de nosso idioma, poderemos correr o risco de “cerrar” a discussão por motivo torpe. Opa! “Cerrar”?! Isso existe? A resposta é sim: o sentido para ela é de encerrar ou terminar algo, vindo do latim “serare”: “Ela cerrou os olhos quando a luz entrou pelo quarto”.
E, quanto ao verbo “Serrar”? Existe? Sim! Mas com outro significado, a saber, cortar algo com uma serra ou serrote. O vocábulo deriva de “serrare”: “A população serrou todas as árvores que atrapalhavam o desenvolvimento da construção de casas à beira do lago”.
Ao observarmos quantas dúvidas surgem pela simples presença de letrinhas nas palavras, podemos pensar o como é difícil nossa língua pátria. Mas, discordo! Isso é que a valoriza! E, para tanto, acrescento outra “pulga” atrás da orelha dos curiosos: Vultoso e vultuoso. Qual o sentido e uso de cada um dos termos?
Se a intenção é dizer que algo é muito valoroso, o correto a ser usado é “vultoso”: “Fechamos um vultoso acordo com uma empresa multinacional”.
No entanto, se o intuito for o de se referir a algo que está inchado, volumoso, o uso será do termo vultuoso: “Ela não sabia que o prato principal estava vultuoso de tão cheio”.
Nada escapa à nossa gramática normativa, nem descritiva, haja vista serem construções de nossa doce fala do dia a dia. Sendo assim, poderíamos dizer que nosso idioma tem uma lista comprida ou cumprida de palavras?
Vamos à resposta: Comprido ou comprida significa algo extenso: “Essa reunião foi comprida”. Já o termo cumprida diz respeito a algum ato realizado: “Ao final do dia, todas as tarefas foram cumpridas”.
Neste momento derradeiro da crônica nossa de sexta-feira, sejamos cavalheiros em nos despedirmos com sinceras felicitações a todos os artistas que festejaram a Arte, as Letras, a Musicalidade e a robustez da magia e do encanto do (Festival Literário dos Campos Gerais) – Flicampos, em especial, à Academia Ponta-grossense de Letras e Artes, pela celebração da certeza de que um livro tem o poder de transformar uma simples leitura em uma vida de mais alegria e mundos novos!
O epílogo desta crônica cede espaço aos versos proeminentes da obra “Causos e Causinhos”, de Dione Navarro, em sua segunda edição, que, com destreza, persegue a longeva estrada da busca pela felicidade pelos castelos da vida.
“ – Vovó, você ainda não entendeu que você é só a guardiã do castelo?”