No dia de seu bicentenário, a suposta independência do Brasil, apesar de milhares de bajoujos, não merece sua pecha nem epíteto.
Afinal, dia a dia, o Brasil vai sendo descoberto – desnudado – e, à luz dos fatos, mostra-se cada vez mais dependente, algures, de alvedrio alheio.
Destarte, ao observarmos as conjunturas de superestrutura oligárquicas que compõem a nação – (Ré)pública –, notaremos o sentido áureo de simbiose que chafurda nos mares do obscurantismo político, econômico e social que domina o cenário paleolítico nacional.
Vamos aos fatos: politicamente independente é uma pecha formal que a nação brasileira herdou de uma história mal contada. Ao menos, em tempos de globalização, como queria Fernando Henrique Cardoso em suas definições de pós-modernidade, o Brasil depende da exportação das commodities e delas se alimenta economicamente.
Grosso modo, a China recupera sua economia pós-COVID ao passo que o Brasil entrará, via de regra, em recessão técnica caso não sejam envidados esforços para que os juros básicos decresçam e o poder de compra dos brasileiros, seja por facilitação da oferta de crédito ou políticas públicas de geração de empregos implique retomada da economia.
Não obstante, galanteios eleitoreiros há na polarização Lula/Bolsonaro, que promete 2 rounds de imensa sangria e poucas ideias novas, que realmente alimentem uma nação sedenta por ideais que vão além do toma-lá-dá-cá visto nos governos dos supracitados Lula/Bolsonaro e sua relação nada catártica com o Centrão.
Nesta perspectiva, podemos considerar que o Brasil ainda verá mais do mesmo, seja quem for o eleito em outubro, haja vista a precariedade de ações que possam mitigar a dívida pública e alavancar o investimento privado e evitar a fuga de capital, mesmo que seja o capital especulativo, pois dele depende a circulação da moeda no Brasil.
Enfim, chegamos ao ponto em que presenciamos o bicentenário da chamada Independência, mas ainda é cedo demais para proclamarmos que ela veio em vez da morte!