Um xingamento não é o esperado de um gentleman nem de uma lady, mas o que parece ser um palavrão, às vezes, engana!
Pelo som ou por não serem muito usadas no dia a dia, certas palavras podem parecer palavrões, mas não o são!
Mas basta observarmos com cuidado alguns termos para que se instalem em nós sustos e arrepios.
Comecemos por ‘abundar’. Desculpem-me, prezados leitores, pois não é nada disso de que estamos tratando! Do que é mesmo que estamos falando? Opa! Abundar…sim, significa algo que existe em grande quantidade, em abundância! Ufa! Que susto! Ex. “O que abunda, não prejudica.” Esse ditado equivale a dizer que o que houver a mais não vai prejudicar.
‘Aporrinhação’ – novas vênias, porém não é nenhuma palavra de baixo calão. Se não, vejamos: “Ação ou efeito de aporrinhar, o que aborrece, importuna.” Ex. “A aporrinhação para preparar os documentos foi tão grande que desisti do investimento.”
‘Cagaço’ – medo extremo, pavor, pânico. Ex. “Tenho cagaço de descer com o carro na banguela.”
No entanto, nada se compara a ‘Imputar’ – entretanto, nenhuma equivocidade deste colunista se encontra neste termo também, haja vista não ser nenhum xingamento. Vejamos: o significado é o de responsabilizar ou culpar outra pessoa por alguma coisa. Ex. “Imputar a alguém um fato ofensivo à sua reputação caracteriza crime de difamação.”
Ah, mas ainda não são palavras tão “onerosas”. Então, sigamos: ‘Pintoso’ – que tem boa pinta, boa aparência. Ex. “Darei dicas para ser um homem pintoso.”
‘Putativo’ – o que é suposto; que se atribui hipoteticamente a algo ou alguém. Ex. “Ele foi absolvido por legítima defesa putativa.”
E, nós, no país da gramática, diante de tantos arroubos de escrita e retórica, saímos ilesos mais uma vez.
“Se escrever é arte, a Língua Portuguesa só pode ser um Ofício!” (Luana Cruz).