Polarizadas, as eleições deste ano dificilmente sairão do trato Bolso-Lula. Ciro e Tebet correm por fora, ou já estão fora, apenas não admitem.
Em levantamento feito pelo Datafolha, entre os dias 16 e 18 de agosto, com 5.744 pessoas, em 281 municípios, Lula aparece com 47% das intenções de voto, diante de 32% de Bolsonaro, 7% de Ciro, e 2% de Tebet. Neste cenário, somente uma acachapante virada faria com que a famosa ‘terceira via’, hoje representada por Ciro e Tebet, venha a tomar a dianteira. Ressalvadas extraordinárias e abruptas metamorfoses eleitorais, a eleição caminhará para “mais do mesmo.”
É fato que Jair Bolsonaro desfrutou do levante nacional antipetista de 2018, pós-impeachment de Dilma Rousseff, e herdou votos de uma direita que hoje não se reconhece frente ao espelho. Isso não é mais a tônica da discussão atual, mas deixa resquícios na agenda das pautas comportamentais que tomaram conta de igrejas, da internet e, em pouco tempo, tomará conta das ruas.
Nunca se ideologizou tanto a pauta comportamental como hodiernamente, e isso pejorativamente, para delírio dos mais radicalizados e, não poucos, agressivos e indigestos produtores de Fake News.
Por outro lado, na ala encabeçada pelo que se costumava chamar de ‘esquerda’, ou o velho PT, Lula chama a atenção à agenda econômica que, mais uma vez, deflagra criticidade devido às esferas da inflação, dependência das commodities e constante processo de desindustrialização que aflige o Brasil há mais de uma década, portanto culpa não só de Bolsonaro, mas também dos governos anteriores, o que inclui o próprio PT.
Se Bolsonaro não consegue enxergar a si mesmo e derrotar seu próprio marasmo ideológico-comportamental, Lula não sabe ou não quer olhar para frente, projetando o futuro de um país que pode se encontrar sem o culto à personalidade, como o PT vê e faz a seu líder maior.
Seja o que for que aconteça em Outubro, Antônio Barros, no Glamour da voz de Ney Matogrosso, já nos avisou:
“Se correr o bicho pega
Se ficar o bicho come!”