Sábado, 16 de Novembro de 2024

Coluna Lettera: ‘Paisagens paranaenses’, por Francielly da Rosa

2021-12-12 às 11:17

Paisagens paranaenses

A melhor parte de viajar é apreciar a construção das paisagens ao redor. As plantações formam extensos campos verdejantes, reluzentes ao toque dos raios solares, e as cores difusas mesclam-se entre tons de verde, amarelo e ocre. O céu colore-se de azul-celeste, as frondosas árvores que compõem a paisagem se assemelham a pequenos arbustos, quando vistas de longe. Bovinos e equinos pastam tranquilamente, pontilhando os campos, enquanto os ovinos, deitados, parecem espelhar as alvas nuvens do céu.

O ar adentra a janela do carro e nos traz o frescor da relva, sente-se o cheiro de estar bem longe de casa. As elevações integram pequenos cumes que cada vez se fazem maiores. Os pensamentos silenciosamente cortam os montes, curiosos e questionadores sobre o que há do outro lado. Quisera eu explorar cada canto desta vasta imensidão que é o mundo! Por enquanto, assossego-me, busco registrar em memória cada detalhe.

O único desagrado que tenho durante o percurso é desconhecer o nome dos espécimes de árvores, que, se soubesse, poderia aqui nomear. Algumas preenchem-se de cores vivas e belas, através de esplendorosas flores. Ah! Se a velocidade não me impedisse é certo que tomaria entre os dedos uma florzinha, qualquer uma que já estivesse ao chão, pois, não gostaria de privar-lhe o direito à vida e a sua gloriosa exibição entre os galhos das árvores.

Acredito que as pequenas cidades do interior do nosso Estado nos proporcionam as mais belas paisagens. Longe da poluição residual e visual, oriunda da intervenção humana. Quando viajo, posso ter em meus olhos todas as cores naturais do mundo, tenho em minha alma todos os ares do Paraná!

Recordo-me de uma viagem que fiz ao litoral de Santa Catarina, lá, as paisagens são outras, o sentimento é outro. Há belezas inúmeras entre aquelas montanhas, que, durante a descida da serra, nos cercam as vistas, e nas águas daquele mar, mas há algo faltando… não tem jeito! Sou bicho do Paraná! Bem como diria João Lopes em sua canção.

Hoje, enquanto caminhava, admirei a paisagem de nossa cidade, proporcionada pelo belo dia de céu azul. O coração sentiu saudades das viagens que há tempos não faz, creio que, se pudesse, sairia do peito para desbravar o mundo. Ainda que ínfimo e inocente, o que lhe falta em conhecimento, talvez, lhe sobra em ânsia de explorar! Mas, como bom e novo paranaense, quer conhecer as veias de sua terra-mãe. Quem sabe um dia vá galgar novos ares, e descubra a beleza de outros Estados, ainda que no íntimo sofra as saudades das paisagens do Paraná.

Coluna Lettera

por Francielly da Rosa

Francielly da Rosa é graduada em Letras Português e Inglês pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Atualmente, é mestranda do Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem, com ênfase em estudos literários, também na UEPG. Ela é escritora, cronista e coautora do livro "Crônicas dos Campos Gerais". Descobre, entre as palavras que lê e escreve, a motivação que sustenta seu viver. Escreve crônicas, contos, poesias e, às vezes, se aventura no gênero romance. Além disso, participa de projetos de incentivo à leitura e de outras atividades culturais. Possui diversas crônicas premiadas e publicadas em jornais e sites locais. Em virtude de seu trabalho como escritora, recebeu duas moções de aplauso da Câmara Municipal de Ponta Grossa. Também foi premiada no Festival Literário de São Caetano do Sul, na categoria miniconto, sendo a única representante da cidade de Ponta Grossa.