Paisagens paranaenses
A melhor parte de viajar é apreciar a construção das paisagens ao redor. As plantações formam extensos campos verdejantes, reluzentes ao toque dos raios solares, e as cores difusas mesclam-se entre tons de verde, amarelo e ocre. O céu colore-se de azul-celeste, as frondosas árvores que compõem a paisagem se assemelham a pequenos arbustos, quando vistas de longe. Bovinos e equinos pastam tranquilamente, pontilhando os campos, enquanto os ovinos, deitados, parecem espelhar as alvas nuvens do céu.
O ar adentra a janela do carro e nos traz o frescor da relva, sente-se o cheiro de estar bem longe de casa. As elevações integram pequenos cumes que cada vez se fazem maiores. Os pensamentos silenciosamente cortam os montes, curiosos e questionadores sobre o que há do outro lado. Quisera eu explorar cada canto desta vasta imensidão que é o mundo! Por enquanto, assossego-me, busco registrar em memória cada detalhe.
O único desagrado que tenho durante o percurso é desconhecer o nome dos espécimes de árvores, que, se soubesse, poderia aqui nomear. Algumas preenchem-se de cores vivas e belas, através de esplendorosas flores. Ah! Se a velocidade não me impedisse é certo que tomaria entre os dedos uma florzinha, qualquer uma que já estivesse ao chão, pois, não gostaria de privar-lhe o direito à vida e a sua gloriosa exibição entre os galhos das árvores.
Acredito que as pequenas cidades do interior do nosso Estado nos proporcionam as mais belas paisagens. Longe da poluição residual e visual, oriunda da intervenção humana. Quando viajo, posso ter em meus olhos todas as cores naturais do mundo, tenho em minha alma todos os ares do Paraná!
Recordo-me de uma viagem que fiz ao litoral de Santa Catarina, lá, as paisagens são outras, o sentimento é outro. Há belezas inúmeras entre aquelas montanhas, que, durante a descida da serra, nos cercam as vistas, e nas águas daquele mar, mas há algo faltando… não tem jeito! Sou bicho do Paraná! Bem como diria João Lopes em sua canção.
Hoje, enquanto caminhava, admirei a paisagem de nossa cidade, proporcionada pelo belo dia de céu azul. O coração sentiu saudades das viagens que há tempos não faz, creio que, se pudesse, sairia do peito para desbravar o mundo. Ainda que ínfimo e inocente, o que lhe falta em conhecimento, talvez, lhe sobra em ânsia de explorar! Mas, como bom e novo paranaense, quer conhecer as veias de sua terra-mãe. Quem sabe um dia vá galgar novos ares, e descubra a beleza de outros Estados, ainda que no íntimo sofra as saudades das paisagens do Paraná.