Sexta-feira, 05 de Setembro de 2025

Notificações de SRAG por covid-19 crescem no PR, aponta InfoGripe

2025-09-05 às 11:23

Divulgado nesta quinta-feira (4/9), o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz alerta que a Covid-19 é a principal causa de hospitalização de idosos, nas últimas semanas, por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Rio de Janeiro e no Amazonas. A análise também observou o crescimento nas notificações de SRAG por Covid-19 em duas regiões: no Centro-Sul (o que inclui o Distrito Federal e os estados do Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Minas Gerais) e no Nordeste (Piauí e Paraíba). O número de novos casos de SRAG por Covid-19 ainda segue em níveis relativamente baixos nesses estados.

O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao monitoramento de casos de SRAG no país; A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e resposta a eventos em saúde pública. A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 35, período de 24 a 30 de agosto.

No Amazonas, os casos de SRAG seguem aumentando especialmente em crianças pequenas de até quatro anos e estão relacionados a um aumento das hospitalizações por Vírus Sincicial Respiratório (VSR). No Amapá, Goiás, Distrito Federal e Rio de Janeiro, o estudo sinaliza que esse crescimento das ocorrências atinge mais as crianças e os adolescentes e está relacionado ao rinovírus. Já no Espírito Santo, o aumento de SRAG ocorre especialmente na população idosa.

Pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e responsável pelo Boletim InfoGripe, Tatiana Portella ressaltou que, apesar do cenário da Covid-19 no país ainda não apresentar níveis preocupantes, a recente atividade do Sars-CoV-2 em muitos estados é um alerta para que a população de risco verifique se a vacinação está atualizada.

“Idosos e imunocomprometidos devem receber doses de reforço a cada 6 meses, para garantir a proteção contra o vírus. Já os demais grupos de risco, como pessoas com comorbidades, precisam tomar a dose de reforço uma vez ao ano. Além disso, com a maior circulação de vírus respiratórios, em especial o rinovírus entre crianças e adolescentes, a gente recomenda que, caso esse grupo apresente sintomas de gripe ou resfriado, que permaneça em casa em isolamento e evite frequentar a escola”, orientou a pesquisadora.

Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 8,1% para influenza A; 1,7% para influenza B, 25,6% para VSR; 47% para rinovírus; e 14% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, os casos positivos no mesmo recorte temporal foram de 23,8% para influenza A,; 2,2% para influenza B; 18,1% para VSR; 27,9% para rinovírus; e 26,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

Capitais e estados

Nove das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 35: Belém (Pará), Brasília (Distrito Federal), Florianópolis (Santa Catarina), Macapá (Amapá), Manaus (Amazonas), Porto Velho (Rondônia), Rio Branco (Acre), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) e Vitória (Espírito Santo).

Em Manaus, Macapá e Rio de Janeiro, o aumento dos casos e SRAG se concentra nas crianças e adolescentes de até 14 anos. Em Vitória, as ocorrências atingem principalmente os idosos a partir de 65 anos. Já em Brasília, Florianópolis, Porto Velho e Rio Branco, o sinal de aumento é caraterístico de uma oscilação.

Além disso, oito capitais também apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Aracaju, Boa Vista, Campo Grande, Cuiabá, Joao Pessoa (PB), Porto Alegre, Salvador e São Luís.

Observa-se que seis das 27 Unidades Federativas (UFs) apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 35: Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás e Rio de Janeiro.

O estudo também aponta que 14 UFs apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Acre, Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pará, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina e Sergipe. O número elevado de casos na maioria desses estados ainda é reflexo, em grande parte, da temporada dos vírus influenza A e VSR, que seguem em tendência de queda na maior parte do país.

Situação nacional

Referente aos óbitos de SRAG em 2025, já foram registrados 10.051 óbitos por SRAG, sendo 5.318 (52,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 3.808 (37,9%) negativos, e ao menos 171 (1,7%) aguardando resultado laboratorial.

Dentre os óbitos positivos deste ano, observou-se 52,7% são por influenza A; 1,8% por influenza B; 12,1% por VSR; 13% por rinovírus; e 21,2% por Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os óbitos positivos foi de 23,8% para influenza A; 2,2% para influenza B; 18,1% para VSR; 27,9% para rinovírus; e 26,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19).