Texto de autoria de Camila Pasetto Kiapuchinski, bacharel em Serviço Social, empresária na área de alimentos, Ponta Grossa. Produzido no âmbito do projeto Crônica dos Campos Gerais, da Academia de Letras dos Campos Gerais (https://cronicascamposgerais.blogspot.com/).
BR 376, sentido Ponta Grossa, aprecio à esquerda um lindo e imenso paredão de pedra, o Arenito Vila Velha, localizado especificamente entre Palmeira e Ponta Grossa (vista para sul), o paredão me anuncia os poucos quilômetros faltantes para chegar à minha terra natal.
Dentro do carro, a respiração já muda, estou ansiosa pela chegada, por vezes vindo de perto, Campo Largo e Curitiba, por vezes voltando de cidades mais distantes, como Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Mas o suspiro diante do paredão é sempre o mesmo, independente do tempo que fiquei distante de Ponta Grossa ou do lugar em que estava.
Aqueles arenitos me permitiam já sentir o forte abraço de meu amado, as boas vindas de meus familiares e o cheiro da mesa posta me aguardando para o café, almoço ou jantar.
“O que de tão especial tem nesta cidade?” Por vezes me perguntavam, pois eu passava a semana contando os minutos para o final de semana chegar. “Tem meus queridos, meu amor, minhas histórias, minhas mais doces lembranças de infância.”
Ao cruzar o Memorial Ponta Grossa, o portal de uma das entradas para a cidade, o qual representa a presença dos tropeiros, através da Casa da Telha, e dos Jesuítas, pelo formato de capela, meu coração já batia em outro ritmo, na certeza de que seria mais um final de semana especial.
Até que um belo dia, ao contemplar aquele paredão voltando de Curitiba, a longa respiração foi acompanhada por algumas lágrimas.
“Estou voltando, terra amada! E agora é pra ficar!”
E ao cruzar o memorial, era como se eu pudesse escutar: “Bem-vinda de volta ao lar”. Diferente de pensar apenas no final de semana, me vem em mente que agora é a hora de colocar os novos projetos em prática e iniciar um novo capítulo da minha história, na cidade onde os primeiros foram escritos.
Como diz o ditado “O bom filho à casa torna”. Pois então, aqui estamos, fazendo morada, fazendo história, construindo um futuro melhor, em especial para nosso filho, que há dois anos também começou a escrever sua história na terra de seus pais, na querida Ponta Grossa que também acolheu três de seus quatro avós, como queridos filhos seus.