Também deve lembrar da cantina, onde era servida, uma vez por semana, uma pizza, feita lá mesmo, maravilhosa e ímpar. Eu juntava a mesada para poder comprá-la. Sim, na época havia a venda de doces, guloseimas e refrigerantes dentro da escola.
Lembro-me ainda de jogar “caranguejobol” naquele pátio irregular, sob o sol das 11 da manhã, como aula de educação física. Chutávamos uma bola enorme e leve, com as mãos e pés no chão, mas de costas para o mesmo, como se fôssemos um caranguejo. A prática de esportes nunca foi meu forte, principalmente aquele tipo de jogo.
Mas, havia um tipo de esporte em que eu era bem cotado: futebol de tampinha. Havia uma calha que acabava bem no nível do piso de paralelepípedo no canto dos fundos do prédio próximo à rua Barão do Cerro Azul. Ali, desenhávamos com giz algumas marcações, desenvolvíamos nossas regras e, com as tampinhas dos refrigerantes consumidos no recreio, jogávamos em dupla, tentando acertar a boca da calha com a tampinha, como se fosse uma goleira.
Cada partida era resumida em que marca primeiro, ganha. Perdeu, saiu. Um chute para cada. Essas regras básicas tornavam o jogo deveras emocionante, pois, se não acertássemos o gol, não podíamos deixar fácil para o adversário. Em um intervalo de 15 minutos de recreio, jogávamos diversas partidas.
Aquela boca de calha era um dos espaços mais disputados pelos meninos em todo o pátio do Júlio Teodorico. Quando raramente podíamos sair um pouco antes, íamos direto para lá, disputar alguns pontos.
Muito aprendi neste colégio, pois foi parte de minha alfabetização e o início do chamado ginásio. Depois fui estudar em Palmeira, mas nunca mais tive um espaço para este jogo de tampinha na boca da calha. Realmente, a infância é a melhor fase de nossas vidas!