Texto de autoria de Dalton Paulo Kossoski, auxiliar de bibliotecário e contador de histórias na Biblioteca Municipal de Ponta Grossa. Produzido no âmbito do projeto Crônica dos Campos Gerais, da Academia de Letras dos Campos Gerais (https://cronicascamposgerais.blogspot.com/).
Você sabia que é possível viajar de Ponta Grossa até a Holanda em menos de 30 minutos? É só ir à Carambeí, ao Parque Histórico daquela cidade, um museu a céu aberto que reproduz uma vila holandesa e o modo de vida dos imigrantes daquele país europeu, que escolheram os Campos Gerais para se instalarem, mais de um século atrás.
A família Kossoski chegou à “Holanda” dos imigrantes. Uma paisagem de sonho e a sensação que fica é a de viagem no tempo! Charmosas casas de madeira espalhadas pelo campo verde, com seus lambrequins, a igreja e, aqui e ali, lagos correndo embaixo de pontes. O que aumentava o sentimento de que se estava na Holanda era a baixa temperatura. O passeio agradável nem deixava a gente sentir o frio, porque estávamos caminhando pelo Parque Histórico. Se ficássemos parados, congelaríamos. Entramos numa casa, para ver um ferro de passar “à brasa”, e outros utensílios que as pessoas usavam antigamente. Noutra casa, espiamos pela janela o interior mobiliado como nos tempos de outrora. A igreja, vazia de fiéis, mas um toca-disco no qual se ouvia um som de culto religioso, ao entrarmos. A estação ferroviária dispunha de um gravador que tocava um barulho de trem. Ao lado da fonte desse som, estava um manequim uniformizado, como se fosse um agente da estação.
O cenário ao ar livre era composto por várias estátuas de animais e pessoas, representando camponeses fazendo seu trabalho diário, colhendo produtos agrícolas. Depois de um tempo entre as memórias de outros períodos (passamos também por um galpão que exibia a evolução dos modelos de tratores, com o decorrer dos anos), entramos no carro e seguimos viagem.
Chegamos ao lugar das famosas tortas holandesas para provar das delícias. Um pedaço de torta e um copo de café (quer dizer: da família, eu fui o único a pedir dois pedaços de torta e dois copos de café, de tão gostosos que estavam. Doce, mas de precinho bem salgado…). Sentamos à mesa para saborear o lanche num ambiente aconchegante e bonito. Nas janelas, junto às cortinas, bandôs: trabalhos em crochê, decoração típica do povo holandês, o que me fez lembrar uma tia que, quando morava em Carambeí (e também algum tempo em Castrolanda), tinha essas peças decorativas pela casa, para manter a tradição daquela terra de imigrantes.
Foi muito legal aquela viagem no tempo!