Domingo, 15 de Dezembro de 2024

Amor pelo Carnaval move gerações de família em PG

2023-02-20 às 16:27

“Cada fantasia que eu faço é pensando no olhar de uma criança, de um avô ou avó, todos que estão ali para prestigiar alguma coisa bonita”. Com essa frase o carnavalesco Claudinei Alves Pereira iniciou sua participação no Programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero e José Amilton, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta segunda-feira (20). Vencedor de vários concursos de fantasias carnavalescas, Claudinei transmitiu sua paixão pela festa ao filho, Vinicius Alves.

Ambos desfilam desde crianças e guardam boas memórias do Carnaval. “Desde criança eu ia com a família. A gente descia ali na Avenida Vicente Machado, sentava no meio fio e ficava vendo o Carnaval, as rainhas”, relembra Claudinei. Já Vinicius rememora que lembra de suas experiências a partir dos quatro anos. “Foi minha primeira experiência desfilando na Avenida com fantasias maiores que eu, mas estava lá, animado, e desde então não teve um ano que a gente não foi para o Carnaval”, afirma. Vinicius ainda é casado e apresentou o mundo das festividades para a esposa, Caroline, que hoje ajuda na confecção das fantasias.

Pai e filho se dedicam à confecção de fantasias para as festas todos os anos e contam que o tempo para preparação das fantasias varia conforme o tema e o tamanho. “Os temas para o próximo carnaval já estão na minha cabeça. Eu desmonto tudo para reaproveitar porque a gente não tem muitos recursos”, conta Claudinei, que deixa as fantasias montadas até julho ou agosto para então se preparar para o ano seguinte.

Curiosidades

Durante a entrevista, a dupla relembrou alguns casos que marcaram. “Fiz um tema um ano, baseado no filme “Vitor ou Vitória?”. Como eu sou uma pessoa descarada, sem pudor, entrei nesse personagem. Eu entrei vestido de Vitória e durante a apresentação ia me transformando no Vitor. Foi show. Para esse show fui convidado pela sede campestre do Verde, e tinha uma autoridade da cidade lá. Ele encheu a mesa de cervejas e aperitivo, mandava beijo – quando ainda estava vestida de Vitória. Soltaram a música e eu comecei a fazer minha parte, fui me transformando nele. Quando ele viu que eu era um homem, ele só olhava e se escondia com a cabeça. Depois me chamou e falou ‘desculpa, achei que você era uma moça. Você estava linda, uma gata'”, lembra Claudinei.

Outro episódio que marcou a carreira dele, foi um envolvendo a fantasia de Carmen Miranda. “Um pipoqueiro desceu correndo atrás de mim pedindo meu telefone”, conta.

Apesar das boas lembranças, pai e filho consideram que há preconceito em Ponta Grossa contra as festividades. “Carnaval é tão taxado. Você posta alguma coisinha de Carnaval e o povo já começa a descer a lenha, que tem que chover, cair pedra. Isso entristece a gente porque a sociedade precisa de uma cultura e uma alegria, não é só trabalhar e pagar conta. As mesmas pessoas que falam e praguejam o nosso Carnaval, esquecem que essa mesma pedra pode destelhar uma casa, pegando moradores de rua”, afirma Claudinei, complementando que “Muitos falam que o carnaval é uma turma de vagabundos, que não presta e eu não considero isso. A gente tem trabalho, nós fazemos tudo isso com amor e carinho à cultura”.

Ainda sobre o aspecto cultural, Vinicius destaca que o Carnaval pode ser a porta de entrada para muitas atividades culturais. “Começa nas famílias levando para ver o Carnaval”, pontua.