Organizado durante a pandemia, livro de estreia do fotógrafo Henry Milleo, radicado em Ponta Grossa, traz fotos realizadas de forma analógica
Por Enrique Bayer
Fotógrafo e editor de fotografia. Vencedor do prêmio New Holland de fotojornalismo em 2012 e um dos vencedores do Picture of the Year Latam em 2013 e 2017. Uma longa passagem pela “Gazeta do Povo” (2000-2017) e colaborações com agências de notícias como a AFP, EFE e DPA. Esse é um breve currículo de Henry Milleo, fotógrafo nascido em Piraí do Sul, mas radicado em Ponta Grossa, que lança o seu primeiro livro, “Old Days Alone”.
A obra é inteiramente composta de imagens realizadas de forma analógica. Segundo Milleo, o projeto nasceu de forma inusitada. “Quando eu ia fazer as pautas para o jornal e ficavam sobrando uma ou duas poses em um filme, eu sempre disparava essas poses para trocar o filme e não ser pego desprevenido. Essas últimas poses eram bem diferentes da pauta. Depois eu fui entender que era a minha visão das coisas”, aponta.
Na visão do fotógrafo, o melhor formato para um trabalho fotográfico é o livro. Como exemplo, ele cita Robert Frank, celebrado fotógrafo, autor de “The Americans”, considerado um dos melhores livros de fotografia da história. “O Robert Frank dizia que não se importava em vender, mas em publicar livro. Lá o trabalho vai ficar permanentemente”, explica.
“Old Days Alone”, segundo Milleo, começou a ser organizado na pandemia. “O projeto é a busca e o processo da descoberta da minha própria linguagem. Eu comecei a revisar e organizar os meus arquivos e gostei desse processo. Foi uma forma de viajar, já que eu não podia sair. O livro tem muito a ver com isso: viajar mergulhando nos arquivos”, avalia.
A receita para uma boa foto, na visão de Milleo, passa por singeleza e simplicidade, mas também pela capacidade do fotógrafo de se expressar, sempre com boas referências, através dos cliques. “Old Days Alone” é, então, o atestado de que Henry Milleo segue à risca a própria receita.
Para adquirir o livro, acesse www.henrymilleo.com.br.