O programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), desta quarta (14), recebeu os intérpretes da banda Casa Cantante: a pedagoga Juliani Ribeiro e o músico João Francisco Rangel de Abreu Junior, conhecido simplesmente como Joãozinho.

Eles foram os vencedores da categoria Prêmio Rádio MEC de Melhor Música Infantil, com a canção “Dia de Cão” premiada pelo voto popular e pela indicação da comissão julgadora.

A dupla ponta-grossense Casa Cantante, recebeu, na quarta passada (7), o troféu do Festival de Música 100 anos de Rádio no Brasil. A cerimônia, ocorrida na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, recebeu os três finalistas de cada uma das cinco categorias do Festival.

Juliani é pedagoga e pós-graduada em Produção Musical e acumula 20 anos de experiência em educação infantil e musical. Joãozinho é licenciado em Música e atua como músico profissional há mais de 15 anos. Ambos são professores e diretores da escola de música Casa Cantante e, em 2018, criaram a banda homônima. Suas canções trabalham com a memória afetiva, através de releituras de mestres da MPB; brinca junto com o público a partir de cantigas de roda; e se expressa por meio de músicas autorais que falam diretamente com os pequenos e também com os grandinhos.

“A gente fala ‘Dia de Cão’ para ensinar às crianças que nem tudo são flores na vida, desde criança. É importante, desde a infância, mostrar que teremos dias difíceis, dias que não são tão felizes”, descreve Joãozinho.

Segundo Juliani, foi um longo caminho até o troféu deste ano, que representou uma sensação diferente em recebê-lo. Em 2021, a Banda Casa Cantante já havia conquistado o prêmio com a música “Lobo Guará”. “Como estávamos em pandemia, foi todo diferente. A votação foi toda pelo público. Foi muito legal, foi fantástico já, mas estávamos só pela internet, pelo trabalho do dia a dia. Neste ano, mandamos a música de novo. Foram 280 músicas inscritas nesse segmento”, diz.

Uma curadoria selecionou 10 semifinalistas e, através de votação popular, foram classificadas três finalistas. A canção “Dia de Cão” se tornou uma delas, com mais de 12 mil votos. “Tivemos 12 mil votos e a segunda teve 900 e pouco”, destaca Juliani. “Dessas três, passaria uma e passamos com 34 mil votos”, diz.

Segundo Juliani, a professora Olinda Chamma, da UEPG, mobilizou grupos de votação. “Pessoas que não conhecíamos chegavam e nos diziam que a Olinda estava mandando todo dia ‘Já votou no Dia de Cão? Vote no Dia de Cão, vamos ajudar a Juliani e o Joãozinho’. Como ela, vários pais de alunos também”, conta.

Na final, foram classificadas as canções “Dia de Cão”; “Bola, Bolinha, Bolão”, do grupo Dois Palitos (Araraquara/SP) e “Tudo é Invenção”, de Bia Bedran (Rio de Janeiro/RJ). “Bia Bedran é um ícone da musicalização infantil, nós cantamos muita música dela, são mais de 30 anos de música infantil. Foi muito legal estar concorrendo com essas pessoas”, frisa Juliani.

A escolhia final foi feita por um júri especializado. Entre os 15 finalistas – eram três de cada uma das cinco categorias do concurso – a Banda Casa Cantante era a única a representar o Sul do Brasil. “Geralmente associam o Paraná a Curitiba e nós falávamos: ‘não, somos de Ponta Grossa'”, frisa Joãozinho.

“Hoje em dia, o artista, além de cantar, compor, ele tem que divulgar seu material nas redes sociais, tem que vender os shows”, comenta Joãozinho. “E tem que emitir a nota depois”, emenda Juliani, sobre a atividade dos músicos.

Os intérpretes da Casa Cantante veem a segmentação de mercado junto ao público infantil como uma vantagem: “Criança nasce todo ano. Para alguém, nossa música vai ser sempre novidade”, diz Juliani. Segundo ela, os shows da Casa Cantante são para crianças de zero a 127 anos.

“As crianças maiores, de 10 anos, ficou um pouco ressabiadas, no começo, porque as crianças pequenas estão dançando, curtindo, mas, de repente, elas entram. No final do show, fazemos a música Super Fantástico [do Balão Mágico], que aí até o velhinho vira criança de novo”, descreve Joãozinho. Juliani conta que, na segunda (12), a banda fez um show em Telêmaco Borba, contratada pela Prefeitura, na abertura do Natal, e viu pelo menos uns três secretários pulando ao som dessa música.

Contribuição da música para a criança

Juliani está concluindo a formação em Musicoterapia e afirma que a música possui uma contribuição extraordinária para o desenvolvimento não só na infância, mas em todas as fases da vida. “Desde a fase intrauterina, a criança já reconhece a voz da mãe, do pai, das pessoas ao redor da mãe e a música. Já é comprovado: mães que ouviam determinadas músicas, enquanto a criança estava na barriga, depois que a criança nasce, a criança estabiliza. O som do útero, se você coloca para uma criança recém-nascida que está com cólica, a reconforta, porque ela reconhece. O ouvido é o primeiro dos sinais que se reconhece”, frisa.

A pedagoga observa que a música estimula o cérebro, a linguagem, a sociabilidade – o estar junto, ouvir o outro, cantar junto. A música também auxilia no aprendizado de matemática, porque trabalha a contagem de tempo.

Categorias do Festival

O Festival de Música 100 anos de Rádio no Brasil foi dividido em cinco categorias: Prêmio Rádio MEC de Melhor Música Clássica; Prêmio Rádio MEC de Melhor Música Instrumental; Prêmio Rádio MEC de Melhor Música Infantil; Prêmio Rádio Nacional de Melhor Música Popular; e Prêmio Rádio Nacionaldo Alto Solimões de Melhor Música Regional.

O evento é uma das principais vitrines para novos artistas no país e é organizado pelas rádios Nacional e MEC, emissoras da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Pela primeira vez, o festival, que cada emissora organizava separadamente, ocorreu de forma unificada.

As canções da Banda Casa Cantante estão disponíveis nos streamings ou redes sociais (Spotify, Deezer, YouTube, Facebook e Instagram). Siga a Casa Cantante nas redes sociais: @bandacasacantante e veja mais informações em seu site.

Confira a entrevista com a Casa Cantante na íntegra: