Nesta quinta-feira (28), as editoras Arte Telúrica e ABC Projetos Culturais realizaram o lançamento do curta-metragem de animação “Chiquinho D’Alembebe em: A Verdade sobre Vila Velha”. Durante o evento, o público teve a oportunidade de assistir à obra em primeira mão e conversar com a equipe de produção sobre o processo criativo.
A animação é baseada no personagem Chiquinho, criado por Marivete Souta e ilustrado por Élio Chaves. O personagem é o protagonista de 14 livros infantis, com mais de 30 mil exemplares que circularam em escolas e lares de crianças por todo o Paraná. Chiquinho, um garoto negro de 8 anos, mora em Itaiacoca, distrito rural de Ponta Grossa, e tem conquistado o público também em apresentações de teatro de fantoches e eventos culturais. Agora, ele ganha uma nova forma de atingir mais pessoas com suas histórias encantadoras e representativas.
Alessandra Bucholdz, diretora da Editora ABC Projetos, atuou na coordenação editorial da coleção Chiquinho D’Alembebe e agora acompanha essa nova fase do personagem como roteirista e Direção de Produção da animação. Para ela foi encantador ver a reação do público, principalmente das crianças, ao assistir a primeira exibição do curta-metragem. “O feedback das crianças foi o mais rico, porque elas trouxeram espontaneamente toda essa questão de pertença, de identificação e de perceber na história elementos também da nossa cultura”, conta.
Alessandra também destaca a acessibilidade presente no curta-metragem: “O tema da inclusão está presente nos livros do Chiquinho D’Alembebe. Além disso, a maioria dos livros conta com versão em áudio, ampliando o alcance. Com o curta-metragem fomos ainda além, incluindo a acessibilidade em libras, a audiodescrição e legendas ocultas”.
A adaptação para o audiovisual foi realizada pelo Studio Laqua, que redesenhou os personagens e cuidou de toda a parte visual e técnica da produção. Segundo Laqua, diretor da animação, o processo de dar vida ao personagem começou com um desejo de modernizar o elenco e os cenários: “Chiquinho tinha um design inicial já estabelecido nos livros, mas buscamos adequá-lo para um design mais atual e moderno, estilo Cartoon Network, e esse foi o nosso primeiro desafio. Depois tentamos fazer uma animação que fosse rica em enquadramentos, em jogos de câmera, e a produção final ficou muito grande, com quase 30 cenários”, conta.
A animação tem como objetivo não só ampliar o acesso das crianças às histórias de Chiquinho, mas também dar destaque à cultura ponta-grossense e ao folclore regional. Além disso, a produção busca explorar novas formas de arte e alcançar um público ainda maior, mantendo o foco na valorização da identidade local. “Chiquinho é um personagem de uma história, que além de ter muita criatividade e se tratar de uma animação que envolve o universo da criança, também traz conhecimento acerca das nossas lendas, da nossa cultura e da nossa história. Então, dar vida para um personagem que é uma criança e entrar definitivamente nesse universo, foi um desafio e uma aventura muito grande”, diz o ator e dublador, Gabriel Vernek, responsável por dar voz ao protagonista Chiquinho.
Segundo Marivete Souta, escritora das obras, é uma grande oportunidade ter acompanhado a aprovação do projeto, que hoje apresenta o Chiquinho em uma nova linguagem: a do audiovisual. “Os livros foram um sucesso, então eu espero que o Chiquinho também conquiste os seus espectadores nas telas, e que as crianças possam viajar pelas raízes do personagem, com as lendas e com a própria conexão com a natureza”, expressa.
De acordo com Leônidas da Rosa, que foi prestigiar a estreia do curta-metragem com a filha e a esposa, a produção é uma forma de divulgar a cultura e as lendas do município, muitas vezes desconhecida pela população, além de agregar no conhecimento e ficar marcado na memória das crianças. “Para ela (sua filha Maria Rita) é excepcional, o momento vai ficar gravado, assim como nossas lembranças de criança em relação ao que assistimos, e também vai contribuir no conhecimento que ela tem sobre Ponta Grossa”, declara.
O projeto foi aprovado pela Secretaria Municipal de Cultura com recursos da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura, Governo Federal e é uma adaptação da obra “Chiquinho visita Vila Velha – a Cidade de Pedra”.
Exibição para público da Apadevi
Nesta sexta-feira (29), o curta-metragem teve mais uma exibição no Cine PG, desta vez, para os alunos da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (Apadevi) com os recursos de audiodescrição. Além disso, a produção também conta com outros recursos de acessibilidade, como libras e legendas ocultas, via aplicativo MLoad.
Segundo Mariana Cordeiro, professora de dança, pilates e educação física na Apadevi, os recursos oferecidos são importantíssimos, visto a dificuldade de encontrar produções acessíveis para esse público na cidade. “Para os alunos, virem até o Cine PG e poderem escutar o curta-metragem com audiodescrição foii um momento incrível, e também mostra que está ocorrendo um grande avanço na cidade, pois estão pensando nas pessoas com deficiência”, afirma.
Da assessoria