A Festa Nacional do Chope Escuro – München Fest – chega a sua 31ª edição, com a retomada do tradicional evento após um hiato de dois anos, durante a pandemia. O evento retorna, também, ao formato que o consolidou, realizado no Centro de Eventos, de 25 de novembro a 3 de dezembro.
O empresário do ramo de entretenimento, Iran Taques, comentou o que o público pode esperar da nova edição da München, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero e Jonathan Jaworski, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta segunda (17).
Taques relembra que a última edição com shows noturnos, no palco principal, no Centro de Eventos, foi realizada há cinco anos. Entre os anos de 2018 e 2019 – quando o evento chegou à 30ª edição – houve a proposta de resgatar as origens da München Fest e trazê-la de volta ao local onde foi realizada pela primeira vez: o antigo pátio de manobras da RFFSA, que hoje abriga o Parque Ambiental. O evento também propunha foco nas tradições alemãs, com ênfase no chope escuro, na praça de alimentação do pratos típicos e na música e dança alemãs.
Nesse período, a München Fest reforçou a divulgação das microcervejarias locais e, sem a realização de shows de porte nacional, a entrada era franca. Com aspecto mais familiar e por estar no Centro do município, o evento terminava cedo – diferente de quando ocorre no Centro de Eventos, onde a festa costumava ir amanhecer.
Em agosto, a prefeita Elizabeth Schmidt anunciou o processo licitatório para que a München Fest fosse terceirizada. A produtora de eventos Drial Eventos, de Curitiba, venceu o certame para organizar o evento pelos próximos três anos. “Depois que eles venceram, me procuraram e fizeram o convite para que eu ajudasse na organização do evento, na produção local da cidade e fizesse todo esse trabalho”, conta.
O diferencial do evento em sua retomada será a comercialização do chope München, produzido na cidade de Ponta Grossa, em uma junção da Associação Ponta-Grossense da Indústria Cervejeira (APIC). “Eles se juntaram e fizeram uma receita exclusiva de um chope leve, bem saboroso, com aroma diferenciado. Um chope que você toma e pede outro”, destaca. O chope estará disponível nas versões claro e escuro.
A München Fest costumava alternar entre chope Brahma ou Kaiser, até 2012. De 2013 a 2015, foi o chope da Itaipava e, em 2016 e 2017, chope Kaiser.
Shows
Na sexta (21), Henrique & Juliano realizam o show de lançamento da 31ª München Fest, no Centro de Eventos. Segundo Taques, as entradas já estão esgotadas. “Já teremos a degustação do chope München lá”, anuncia.
A programação de shows também retoma seu formato clássico e, neste ano, a variedade de atrações inclui sertanejo, rock e música eletrônica.
Sobre a predileção por atrações sertanejas, que costumam predominar na programação da München Fest, Taques observa que o evento, desde sua origem, tem como característica trazer o artista que está “bombando” e que é a revelação do momento. No passado, foi assim com Zezé Di Camargo e Luciano, Daniela Mercury, Sandy e Júnior, Jota Quest, Banda Eva (com Ivete Sangalo como vocalista) e Bruno e Marrone, para mencionar alguns exemplos.
Neste ano, a aposta da München Fest, atração do sábado (26 de novembro) é a dupla Guilherme e Benuto, que está dominando as paradas com hits como “Haja Colírio” e “Sigilo”. Outro destaque é a ponta-grossense Giana Althaus, musicista multi-instrumental, que vai apresentar seu feat com o duo Dubdogz – formada pelos irmãos gêmeos Marcos e Lucas Ruback Schmidt, de Minas Gerais. O featuring entre os artistas, numa releitura para a música Beggin’, do Måneskin, já fez sucesso em grandes clubs brasileiros, como o Laroc (Valinhos-SP) e no Rock In Rio, em setembro. Dubdogz e Giana Althaus sobem ao palco no domingo, 27 de novembro.
A abertura da München será com Bruno e Marrone, na sexta, 25 de novembro. A dupla era atração obrigatória na München, ano após ano, na década de 2000.
O segundo final de semana da München terá shows de Zé Neto e Cristiano (1º de dezembro, quinta); Capital Inicial e Legião Urbana com Marcelo Dias (2 de dezembro, sexta) e Luan Santa fecha a programação no sábado (3 de dezembro), com o espetáculo da turnê Luan City, que já percorreu várias cidades brasileiras e a Europa.
“E, também, a música alemã, muito bem representada pela banda Cavalinho”, acrescenta. Conforme Taques, a vinda da banda alemã atende a um pedido antigo de apreciadores da München Fest. A banda Cavalinho, de Timbó (SC), carrega as marcas folclóricas alemãs há 48 décadas. Conhecida pela composição “Marreca” e por ser uma das principais atrações da Oktoberfest de Blumenau (SC), a banda se apresenta nos dias 25 e 26 de novembro e 2 de dezembro.
Taques afirma que gostaria que o público pensasse na München como um evento, em seu todo, e não se limitassem ao show daquela noite, que consiste em apenas uma das atrações da programação. “É uma delícia curtir a festa e, nesta edição, especialmente, estamos preparando coisas muito bacanas dentro do Pavilhão, com a cultura alemã, com as bandas alemãs, para que você realmente curta o evento inteiro. O show que está tendo no palco externo, que vai sempre começar por volta das 23h30, é um plus. Pense que você vai para a München se divertir, independente do artista. Enquanto o artista está no palco externo, dentro [do Pavilhão] continua a música alemã”, ressalta.
A organização estuda, inclusive, beneficiar, de alguma forma, quem for a caráter, com trajes ou acessórios que remetam à cultura alemã.
Ingressos e camarotes
Taques destaca que o preço dos ingressos para a München Fest deste ano será o mesmo que era praticado em 2011: R$ 30 a inteira e R$ 15 a meia-entrada, para ingressos antecipados. “Entenda-se por antecipado todo ingresso comprado até 24 horas antes do show que se pretende ir”, explica. Na bilheteria, o ingresso será vendido a R$ 40 a inteira e R$ 20 a meia. A meia-entrada é assegurada a estudantes, doadores de sangue, professores da rede pública e idosos.
“A intenção é, justamente, fazer com que muita gente vá à festa. Obviamente, na frente do palco, terá uma área VIP e os camarotes, na lateral”, diz. Para o acesso à área VIP e aos camarotes, o frequentador deve comprar o ingresso básico, para o acesso ao evento, mais a pulseira VIP ou de backstage. As vendas de área VIP e camarotes abrem na quarta (19). A pulseira VIP custará R$ 30.
Diferente dos anos anteriores, não há oficialmente uma programação para a terceira idade, que costumava abranger as tardes de segunda e terça, com atrações e baile no Pavilhão do Centro de Eventos. Uma dessas datas era reservada, também, às pessoas com deficiência. Iran Taques prometeu conversar com a Drial Eventos, responsável pela realização da München, para tentar montar uma programação, nesse sentido, na quinta (1º de dezembro) à tarde.
Tradição cervejeira
Ponta Grossa é uma referência na produção cervejeira, que teve início no começo do século XX, quando o imigrante alemão Henrique Thiellen instalou a Cervejaria Adriática, que foi vendida para a Antarctica nos anos 1940 e funcionou até o início dos anos 1990, época do surgimento da München Fest que foi, aliás, idealizada em função da importância que a indústria cervejeira representa para o município.
Alguns anos depois do fechamento da fábrica da Antarctica no Centro de Ponta Grossa, a Kaiser – que depois, seria adquirida pela FEMSA e, posteriormente, Heineken – inaugurou sua unidade no Distrito Industrial (1996). A Ambev, que tem a Antarctica, a Skol e a Brahma em seu portfolio, inaugurou sua unidade em Ponta Grossa em 2016, à qual batizou de Cervejaria Adriática.
“Se você pegar o que é produzido de cerveja, no município de Ponta Grossa, proporcionalmente falando, é a cidade que mais produz cerveja no mundo, em hectolitros, por causa da Ambev e da Heineken”, comenta. Somadas a essa produção em escala industrial, as cervejarias artesanais contribuem para esse marco.
Confira o bate-papo com Iran Taques na íntegra: