31 de julho é o Dia do Vira-Lata no Brasil. O termo é utilizado para designar cães e gatos sem raça definida (SRD). O objetivo da data é conscientizar a população sobre a adoção desses animais, que em muitos casos vivem em situação de vulnerabilidade.
O estudo “O mercado pet no Brasi: afetos, cuidados e desafio”, organizado pela Quaest em parceria com a PetLove, aponta que a maioria dos brasileiros têm cães e gatos SRD como seus animais de estimação (32% dos cachorros e 52% dos gatos).
A médica veterinária Marielle Cristina C. Santos destaca que apesar de sua popularidade, esses animais têm suas peculariedades. “Vira-latas, como qualquer outro cão, têm necessidades nutricionais específicas e podem ter restrições alimentares. Eles podem ser intolerantes a certos alimentos, ter alergias ou condições de saúde que requerem uma dieta especial. É importante alimentar todos os pets com uma dieta balanceada e adequada para sua idade, tamanho, nível de atividade e saúde geral”, salienta ao comentar a alimentação dos SRD.
Sobre a fidelidade, que muitos acreditam ser maior em cães SRD, ela afirma que se trata de um mito. “A fidelidade de um cão aos seus donos não depende da sua raça, mas sim de fatores individuais como personalidade, socialização, e o relacionamento que tem com seus donos. A maneira como o cão é tratado, a quantidade de tempo e atenção que recebe, e a qualidade do vínculo emocional entre o cão e seu dono são os fatores mais importantes que determinam a lealdade e a fidelidade de um cão”, aponta.
Na questão da saúde ela afirma que “vira-latas são frequentemente considerados mais resistentes a certas doenças genéticas que podem afetar raças puras devido à sua maior diversidade genética. No entanto, isso não significa que são imunes a doenças. Eles ainda podem sofrer de problemas de saúde comuns a todos os cães, como doenças infecciosas, parasitas, problemas dentários e condições relacionadas à idade. Por isso, ter uma rotina de cuidados que respeite as características do animal, assim como exames e visitas periódicas ao veterinário, são importantes para a manutenção da saúde e do bem-estar do pet”.
“De maneira geral, vira-latas tendem a ser menos propensos a problemas hereditários em comparação com cães de raça pura. Isso ocorre porque os cães de raça pura são frequentemente criados com um pool genético mais limitado, o que pode aumentar a incidência de certas doenças genéticas. Já os vira-latas, com uma maior diversidade genética, têm menos chance de herdar essas condições específicas. No entanto, é importante lembrar que todos os cães, independentemente da raça, precisam de cuidados veterinários regulares para garantir uma vida saudável”, finaliza.