A máscara de tecido em algodão 100% tem efetiva barreira microbiana por causa da camada de fios grossos entrelaçados. Esse é um dos resultados de pesquisa realizada por professores e estudantes do Núcleo de Estudo da Saúde do Trabalhador da Universidade Estadual de Londrina (NUESTUEL) e outros setores da instituição.
“Os filamentos estão muito próximos uns dos outros, e esse detalhe, faz com que esse tipo de tecido utilizado para fazer máscaras para o uso da comunidade em geral, seja efetivo para a prevenção da COVID-19”, afirmam os pesquisadores em artigo elaborado para divulgar a máscara de pano junto à comunidade.
O estudo envolve, além de pesquisadores do NUESTUEL, Helenize Ferreira Lima Leachi e Aryane Apolinario Bieniek, estudantes do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (doutorado) do Centro de Ciências da Saúde (CCS), sob orientação da professora Renata Perfeito Ribeiro, do Departamento de Enfermagem; o professor Admilton Gonçalves de Oliveira Junior, coordenador do Laboratório de Microscopia Eletrônica e Microanálise; e o professor Tiago Severo Peixe, coordenador do Laboratório de Toxicologia do Hospital Universitário (HU/UEL).
O trabalho se justifica por causa da falta de máscaras no mercado. A orientação, inclusive de autoridades nacionais, é que as máscaras cirúrgicas (PFF2 e N95) sejam priorizadas para o uso dos profissionais de saúde. “As principais agências de saúde do mundo recomendam o uso das máscaras feitas de pano, para reduzir a propagação da COVID-19, minimizando a excreção de gotículas respiratórias de indivíduos infectados, que ainda não desenvolveram sintomas ou que permanecem assintomáticos”, ressaltam os pesquisadores.
A máscara de pano em 100% algodão deve ser feita em tecido duplo e cobrir totalmente a boca e o nariz, ficando ajustada no rosto, sem deixar espaços nas laterais. “As máscaras caseiras devem ser utilizadas sempre que houver necessidade de se deslocar ou permanecer em algum local onde há circulação de pessoas, como em mercados, transportes públicos, farmácias, entre outros”.
Os pesquisadores enfatizam que a máscara é de uso individual e não deve ser compartilhada, deve ser trocada sempre que tiver “sujidade ou umidade”. Ao manuseá-la, não se deve tocar em sua superfície durante a colocação ou retirada para não contaminar o material, que deve ser descartado quando apresentar alguma deterioração do tecido. O Ministério da Saúde orienta para lavar a máscara, o uso de água sanitária, diluída em água. Para cada litro, duas colheres (sopa) de água sanitária. É preciso deixar a máscara nessa solução por 30 minutos e, depois, lavá-la com água e sabão.
Os pesquisadores alertam que a máscara caseira pode reduzir a probabilidade de infecção e propagação do vírus, mas não elimina o risco de contágio pelo coronavírus. “Qualquer máscara terá efeito mínimo se não for usada em conjunto com outras medidas preventivas, como isolamento de casos infectados, distanciamento social, etiqueta respiratória e higiene regular das mãos”.
da Assessoria | Foto: Divulgação