Uma canadense de 32 anos acordou de uma soneca em um verdadeiro filme de terror. Nesh Pillay descobriu em outubro do último ano um problema de memória que a fez pensar que ainda tinha 17 anos, apagando pessoas importantes na história dela, como a filha pequena e o namorado, Johannes Jakope.

Segundo informações do veículo britânico Mirror, Nesh acordou sem conseguir consolidar as memórias de curto prazo e com um enorme espaço em branco na vida, com as últimas lembranças sendo do final do ensino médio.

Ainda de acordo com a publicação, a cada minuto as memórias da canadense reiniciavam, fato que deixou ela extremamente confusa em um primeiro momento.

Nesh acredita que tenha batido a cabeça em algum lugar antes de tirar a soneca e perder a memória. Posteriormente, um neurologista confirmou que a paciente sofreu uma concussão – lesão no cérebro que atrapalha o funcionamento do órgão de forma temporária ou permanente.

Este tipo de traumatismo, quando ocorre de maneira isolada, não oferece grandes riscos ao ser humano. Entretanto, Nesh sofreu ao menos cinco concussões durante a vida, sendo a primeira supostamente aos nove anos em um acidente de carro na África do Sul.

“Tive quatro ou mais concussões desde então, cada uma mais séria do que a anterior, e cada uma instigada por uma pancada na cabeça cada vez menor. Infelizmente, o cérebro permanece um enigma para a ciência médica. As concussões raramente aparecem em qualquer [exame de] imagem e, embora conheçamos seus sintomas, não podemos prever seus resultados.”

Assim como na comédia Como se Fosse a Primeira Vez, Johannes precisou reconquistar o amor e confiança de Nesh incessantemente. Com a recuperação gradativa da canadense, os intervalos em que a memória reiniciava foram aumentando, tornando a missão do namorado “mais fácil”.

“Muitas pessoas comparam nossa história a Como se Fosse a Primeira Vez […] e vejo similaridades – apesar de tudo, eu me apaixono por ele a cada segundo e irei pelo resto da minha vida”, conta Nesh.

“[Johannes] certamente está lindando com o trauma de esquecê-lo. Acho que isso levará tempo. Ambos estamos comprometidos em priorizar nossa saúde mental, então temos terapeutas separados e reservamos um tempo para conversar um com o outro sobre nossos sentimentos abertamente e sem julgamento.”